Esse movimento no xadrez político-eleitoral resumirá o futuro político do presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Eduardo Botelho (União), que também almeja ser candidato a prefeito da Capital, a duas opções:
Ou ele recua do projeto de candidatura e permanece em algum cargo da Mesa Diretora da ALMT a espera de uma saída honrosa, como uma futura vaga no Tribunal de Contas do Estado; ou parte para o tudo ou nada e deixa o União Brasil para se filiar a outro partido, como PSD, MDB ou o ainda em criação Mais Brasil.
Recuo Estratégico
Se decidir por um recuo estratégico, Eduardo Botelho não irá tirar o pé do acelerador de imediato como se pode imaginar. Ao invés disso, ele trabalha para se consolidar como pré-candidato viável em Cuiabá para no futuro este recuo ter mais peso político.
Quanto mais capital eleitoral demonstrar, mais Botelho terá influência, talvez para indicar um vice, ou para ter crédito futuro com o União Brasil e receber, por exemplo, uma indicação ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), quando abrir uma vaga. Apesar de até hoje, o parlamentar rejeitar, veementemente, esta tese e já ter declarado, por várias vezes, não apenas a vontade de comandar a Capital, como também de chegar ao posto de governador.
Tudo ou Nada
Caso Eduardo Botelho não recue do sonho de ser candidato a prefeito de Cuiabá, precisará romper politicamente com o governador Mauro Mendes e encontrar outra sigla para se acomodar e isso implicará em vários riscos.
O primeiro é o da perda do mandato por infidelidade partidária, porque não haverá janela partidária para deputados estaduais trocarem de partido antes da eleição de 2024, somente aos vereadores.
Portanto, para sair do partido sem perder o mandato, Botelho vai precisar da anuência do futuro presidente do União Brasil, o governador Mauro Mendes, que dificilmente verá vantagem nesse movimento.
E mesmo se conseguir a liberação, Botelho enfrentará outro risco, que é o de ser candidato fora do grupo do governador. Na história recente, a regra é o chefe do Executivo Estadual empurrar um dos concorrentes ao segundo turno, assim como também é regra o grupo do prefeito saindo do segundo mandato não fazer o sucessor.
Levando em conta que Fabio Garcia será o candidato do governador, Abilio Brunini (PL) candidato da direita e o PT deverá ter um candidato da esquerda, o único espaço aberto a Botelho é justamente o de ser candidato apoiado pela gestão Emanuel Pinheiro (MDB), seja diretamente na figura do prefeito, ou a partir dos espólios do grupo, com apoio de vereadores e outros membros da atual administração municipal.
Porém, nesta última opção, levaria com ele todo o desgaste da gestão do emedebista que é marcada por escândalos de corrupção e caos. Além claro, da inesquecível cena do prefeito colocando dinheiro no paletó.
Fonte: leiagora