O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou nesta sexta-feira, 21, que não vai concorrer à reeleição na próxima disputa presidencial, marcada para outubro.
“O contexto econômico me obriga a dedicar todos os meus esforços a atender os difíceis momentos que a Argentina passa”, disse em vídeo publicado em suas redes sociais.
Mi decisión 🇦🇷 pic.twitter.com/EEQBJaxDUz
— Alberto Fernández (@alferdez) April 21, 2023
Embora incomum para um presidente, a desistência segue pesquisas ruins para o mandatário. Na quinta-feira, a consultoria Poliarquía divulgou que a rejeição a Fernández bateu 71%, a maior na série histórica de 17 anos.
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“O contexto econômico colocou muita pressão sobre ele”, disse Mariel Fornoni, diretor da Management & Fit, à agência de notícias Reuters. Segundo Fornoni, “pressões internas” forçaram sua mão, embora, na realidade, com seu índice de aprovação abaixo de 20%, ele nunca teve muitas chances de vencer.
Em março, a taxa de inflação da Argentina ultrapassou os 100% pela primeira vez desde o fim da hiperinflação no início dos anos 1990. De acordo com dados divulgados agência de estatísticas do país, o índice atingiu 102,5% em fevereiro.
A pressão já vinha crescendo por uma decisão da ala peronista comandada pela vice-presidente Cristina Kirchner, que comandou o país de 2007 a 2015 e, há meses, protagonizava desentendimentos com Fernández.
A medida, que pode aumentar a chance dos peronistas de vencer a eleição de acordo com as pesquisas, ocorre em meio a uma profunda crise econômica com preços em alta, elevando a pobreza para quase 40%, afetando o poder de compra e ganho dos eleitores.
Fonte: Veja