Hoje ele é vereador e professor, mas a história até chegar aqui foi dura. O adulto do século XXI passou por uma série de perdas na infância. Riverton Francisco, primeiro, foi abandonado pela mãe biológica. Depois, ficou órfão dos pais adotivos, aos 11 anos. Sozinho, sem um adulto por perto, buscou ajuda no conselho Tutelar. O amparo transformou a vida dele a tal ponto que virou professor e foi eleito vereador!
Riverton é de campo grande, no Mato Grosso, e aos 3 anos, foi adotado pelos patrões de sua mãe, uma empregada doméstica, mãe solo, na época de 16 anos, que o abandonou.
“Tive três perdas: minha mãe biológica e meus pais adotivos. Foi um dos piores momentos da minha vida. Ninguém me queria. Ali me senti sozinho. Estava no fundo do poço”, contou. Porém, o destino reservava surpresas para o menino e Riverton venceu!
Superação
Os pais adotivos Arlindo Barbosa de Souza e Adelina Rodrigues de Souza morreram, quando o garoto tinha 9 e 11 anos, respectivamente. A
Deixado em casa sozinho após a morte de sua mãe, em decorrência de uma infecção generalizada, Riverton teve que buscar ajuda no Conselho Tutelar da cidade.
Ele foi encaminhado à antiga Casa dom bosco, instituição na época mantida por padres salesianos.
Uma pessoa muito especial marcou a trajetória do rapaz: Silvia Peixoto de Lima, de 58 anos. A assistente social que recebeu o rapaz, que segundo ela, carregava um olhar angustiado.
“Isso me marcou muito”, disse Silvia. Hoje, os dois são grandes amigos!
“Provar o meu valor”
Apesar de não ter o perfil de uma criança vulnerável, Riverton sabia que ali era o único lugar que ele teria certeza de uma cama, alimentação e estudos. Mas apesar disso, uma coisa não sai de sua cabeça: as palavras de sua mãe.
“Eu chorava todas as noites. Pensava que ia provar que eu tinha meu valor e lembrava da minha mãe [adotiva], que ela dizia que sabia que eu ia dar certo na vida. Só tinha isso na minha cabeça”, afirmou.
Mesmo sendo apresentado às drogas e vendo pessoas virarem as costas para ele, Riverton jamais desistiu!
Bolsa para faculdade
Na adolescência, os padres, chamados por ele de “tios” e professores da Casa Dom Bosco tiveram papel fundamental na formação do órfão. Aos 16 anos, o jovem reencontrou a mãe biológica. Eles se reaproximaram e conseguiram, novamente, manter uma relação próxima.
Pelo bom comportamento na Casa Dom Bosco, o jovem ganhou uma bolsa de estudos da Faculdade Integrada de Fátima do Sul.
“Lembro que o padre Carlos colocou a mão no meu ombro e falou que tinha o sonho de que um dos meninos fosse professor”, afirmou.
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Educador Físico e Vereador
Apaixonado por esportes, Riverton se formou em Educação Física. Ao final do curso, o rapaz voltou para Campo Grande e passou a desenvolver um trabalho social na instituição da qual um dia foi morador.
Professor, aprovado em concurso público, leciona em escolas do município e também em colégios particulares. Para completar, foi eleito como um dos 29 vereadores com 3.987 votos em 2020. É um vitorioso!
“Estou neste mandato, mas ele é muito pequeno perto do meu diploma de nível superior. Só 20% da população alcança isso, e eu ainda entro naquele fim do fim do percentual”, disse o vereador.
Como vereador, Riverton entregou o título de visitante ilustre ao amigo padre Carlos, aquele que deu a bolsa de estudos para ele e pediu que fosse professor. O religioso atualmente mora na Espanha.
A transformação
A educação transforma e Riverton é a prova viva disso!
O menino, que foi abandonado aos 11 anos e ficou órfão de pais adotivos virou vereador e professor, e agora usa o mandato para reproduzir tudo que aprendeu ao longo da sua difícil, mas com caminhada bem sucedida!
Parabéns, Riverton!
Um viva a todos os professores que acreditam que a educação salva! Vocês são fundamentais!
Com informações de Campograndenews.
Fonte: sonoticiaboa