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Tecnologia

The Cowabunga Collection revive o passado das Tartarugas Ninja

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A Konami surpreendeu os fãs das Tartarugas Ninja quando anunciou TMNT: The Cowabunga Collection, uma coletânea caprichada com treze jogos das Tartarugas Ninja, incluindo os clássicos arcades e jogos para Nintendinho, Game Boy, Mega Drive e Super Nintendo.

Lançado no final de agosto, sem dúvida é uma compra certa para quem passou dezenas de horas na infância com alguns destes jogos. Reviver a diversão das tardes de sábado na frente da TV ou no fliperama do bairro – e melhor ainda, sem gastar boa parte da mesada em fichas! – é uma experiência muito agradável, ainda mais na companhia de um bom amigo. Boa parte dos jogos conta com suporte para multiplayer cooperativo, de fato, foram pensados para serem jogados desta forma.

O pacote inclui alguns jogos “repetidos”, mas por bons motivos: apesar de compartilharem o mesmo nome, as três versões de Tournament Fighters (NES, Mega Drive e SNES) são três jogos de luta completamente distintos. A versão de TMNT: The Arcade Game para NES, um dos meus jogos favoritos no começo dos anos 1990, é também muito diferente do jogo original (que também está lá, em toda a glória crocante dos tempos do fliperama).

Na real, jogar estes games é um passeio por parte da história da indústria, ainda que sem grandes explicações que seriam muito bem vindas: entender porque Turtles in Time saiu do arcade para o Super Nintendo quase intocado enquanto no Mega Drive o jogo se tornou The Hyperstone Heist, seria muito legal.

Ainda assim, há uma boa quantidade de material para os fãs com vocação mais arqueológica, digamos assim: as capas originais dos jogos, artes promocionais, ilustrações conceituais, manuais, algumas capturas dos desenhos animados (nenhum episódio para assistir, infelizmente) e até detonados antigos estão presentes.

É verdade que tanto esse material quanto os jogos poderiam ser melhor organizados. Todos os menus são de navegação horizontal e cada opção ocupa toda a tela. Faz falta uma interface mais simples, com uma boa lista do conteúdo para selecionar.

Os jogos do pacote

São treze jogos inclusos na coletânea e a maioria envelheceu muito bem. Teenage Mutant Ninja Turtles (NES) é um jogo de ação e plataforma com progressão lateral, em que o jogador usa um dos heróis por vez (como se fossem as vidas do personagem) e enfrenta vilões clássicos da série em fases bastante desafiadoras.

TMNT: Arcade Game é um clássico do gênero beat n’ up, com até quatro jogadores distribuindo golpes em ninjas e chefões ao longo de várias fases rápidas, vibrantes e super coloridas. A versão para NES (TMNT II) é mais simples e tem alguns estágios diferentes, mas captura bem o clima do fliperama original. TMNT III: The Manhattan Project (NES) é uma sequência exclusiva para o console, que segue a fórmula de pancadaria fielmente.

Depois, vem Turtles in Time, um dos melhores jogos do gênero de pancadaria e, certamente, o melhor game da coletânea. A versão para arcade tem os gráficos mais bonitos, enquanto o jogo de Super Nintendo traz mais ação, além de chefes e fases exclusivas. TMNT: The Hyperstone Heist é meio que a versão para Mega Drive de Turtles in Time, misturando estágios e personagens do arcade com outros pensados especificamente para o console 16-bits da Sega.

Há também os três jogos de luta, todos intitulados TMNT: Tournament Fighters. As versões para SNES e Mega Drive são muito boas, cada jogo com seu próprio plantel de lutadores, mecânicas e enredos distintos. A versão para Nintendo 8-bits vale mais pela curiosidade, mas não é de todo ruim, se pensarmos nos limites da própria plataforma.

Por fim, a coletânea traz três jogos do Game Boy. Os dois primeiros são jogos de progressão lateral, melhores do que o primeiro jogo das Tartarugas para NES, ainda que limitados pela capacidade do portátil. O terceiro jogo, Radical Rescue, é uma aventura ao estilo Metroid, com mapa aberto para explorar, e o mais interessante entre os jogos portáteis das Tartarugas Ninja.

Aprimoramentos

Todos os jogos presentes incluem suporte para salvar o progresso e uma opção de ‘rewind’ para rebobinar a ação a qualquer momento e corrigir algum movimento que terminou mal.

Cada jogo tem uma série de aprimoramentos opcionais diferente: é possível remover as limitações de flicker e slowdowns dos jogos de NES, por exemplo. Em alguns jogos, esses aprimoramentos incluem trapaças, como o God Mode nos jogos de arcade, vidas infinitas em Tartarugas Ninja III (NES) e opção de selecionar a fase inicial em muitos dos jogos.

Não há um padrão para essas opções, o que acaba sendo meio esquisito: The Hyperstone Heist só permite escolher a fase inicial, TMNT III no Game Boy não tem as vidas infinitas e assim por diante. Também seria legal ter mais opções de molduras para as laterais.

Além disso tudo, os jogos de arcade, os jogos de luta e Hyperstone Heist contam com suporte para partidas online, mas é bem difícil encontrar gente para jogar. Suas chances melhoram se tiver um amigo que também comprou o game, é claro. Porém, o suporte online não é dos melhores, com problemas de latência que estragam experiências que, jogadas com amigos na mesma máquina, no famoso “coop de sofá”, são muito boas.

Considerações

Uma coleção que reúne tanto jogos obrigatórios para fãs das Tartarugas Ninja quanto outros que valem mais pela curiosidade, TMNT: The Cowabunga Collection é um resgate legítimo de uma das principais franquias do começo dos anos 1990 – e que vive um renascimento nos últimos anos.

Embora tenha bastante material adicional para os fãs nostálgicos, ficou a sensação de que o pacote como um todo poderia ter ido além, principalmente no suporte para partidas online.

TMNT: The Cowabunga Collection está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Switch, Xbox One e Xbox Series X/S.

*Esta análise foi feita no Xbox Series X, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Konami.

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