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Presidente Zelensky condena duramente vídeos de supostas decapitações de soldados ucranianos viralizados nas redes sociais

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, condenou nesta quarta-feira, 12, as supostas decapitações de soldados ucranianos, após a circulação de dois vídeos nas redes sociais na semana passada. Segundo ele, os soldados russos responsáveis pelo ato violento seriam “bestas”.

Os vídeos parecem mostrar dois eventos separados – um deles pode ter sido filmado muito recentemente, enquanto o outro, pela quantidade de folhagem vista no chão, parece ter sido filmado durante o verão passado, entre junho e agosto no hemisfério norte.

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O primeiro vídeo, postado em um canal de rede social pró-Rússia em 8 de abril, foi supostamente filmado por mercenários russos do Grupo Wagner e parece mostrar os cadáveres decapitados de dois soldados ucranianos caídos no chão, ao lado de um veículo militar destruído.

No vídeo, pode-se ouvir uma voz, atrás da câmera, o som aparentemente distorcido para ocultar a identidade do locutor: “(O veículo blindado) foi destruído por uma mina”, disse ele, falando em russo.

Aparentemente referindo-se aos corpos no chão, a voz, rindo, continuou: “Eles os mataram. Alguém se aproximou deles. Eles foram até eles e cortaram suas cabeças”. Os soldados mortos também parecem ter tido as mãos cortadas.

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Comentários no vídeo afirmaram que ele foi filmado perto de Bakhmut, no leste da Ucrânia, palco dos combates mais ferozes da guerra por muitos meses, e onde combatentes do Grupo Wagner estão fortemente envolvidos.

O segundo vídeo, que foi postado no Twitter e está bastante desfocado, parece ter sido filmado durante o verão, por causa da quantidade de plantas no solo. Aparentemente, a filmagem mostra um soldado russo usando uma faca para cortar a cabeça de um soldado ucraniano. Uma voz no início do vídeo sugere que a vítima ainda estava viva quando o ataque começou.

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Zelensky prometeu que aqueles por trás das supostas atrocidades seriam responsabilizados. “Há algo que ninguém no mundo pode ignorar: a facilidade com que essas feras matam”, disse ele em uma mensagem de vídeo.

“Não vamos esquecer de nada. Nem vamos perdoar os assassinos. Haverá responsabilidade legal por tudo. A derrota do terror é necessária”, disse ele.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta quarta-feira que o vídeo era “terrível”, mas “antes de tudo, precisamos verificar a autenticidade” da filmagem.

“Claro, essas fotos são terríveis. Então pode ser uma razão para verificar se isso é verdade ou não, se isso aconteceu e, em caso afirmativo, onde e de que lado [do ucraniano ou do russo]”, afirmou em coletiva.

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Na segunda-feira 10, o think tank americano Instituto para o Estudo das Guerras disse que o Grupo Wagner estava “supostamente continuando a cometer crimes de guerra, decapitando militares ucranianos em Bakhmut”. O centro de pesquisas referia-se a uma foto compartilhada em redes sociais pró-Rússia, que mostra uma cabeça decepada em uma estaca, que parece pertencer a um soldado ucraniano.

O Instituto para o Estudo das Guerras relatou incidentes semelhantes em Popasna, na região de Luhansk, onde mercenários do Grupo Wagner também operavam no início da guerra.

Alguns comentários nas redes pró-Rússia sugeriram que as forças ucranianas foram responsáveis pelas decapitações, com objetivo de ocultar a identificação dos soldados russos mortos. O chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, fez acusação semelhante em janeiro, depois que seus combatentes aparentemente encontraram corpos com mãos e cabeças decepadas perto de Bakhmut.

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Dariia Zarivna, assessora do chefe do Gabinete do Presidente da Ucrânia, disse nesta quarta-feira que os vídeos fazem parte de uma operação psicológica “voltada para a intimidação”.

“Isso desumaniza completamente e demonstra a essência de um país terrorista”, disse ela sobre os vídeos.

“Mas é importante entender o propósito. Esta é uma PSYOP [operação psicológica] destinada à intimidação. O público-alvo não é apenas a Ucrânia, mas também as sociedades ocidentais”, argumentou, acrescentando: “Mas não funciona conosco. Os russos têm medo disso, mas não nós”.

Fonte: Veja

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