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Ciência & Saúde

Saiba mais sobre histerectomia, os tipos e os motivos para a retirada do útero

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Por diversos motivos de saúde, muitas mulheres precisam retirar o útero. Mais simples do que você imagina, a cirurgia é chamada de histerectomia e pode ser feita de diferentes maneiras. O preço costuma variar bastante, assim como o pós-operatório. Que saber mais sobre esse procedimento? Então, confira a matéria a seguir e tire algumas dúvidas!

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O que é a histerectomia

A histerectomia é uma cirurgia ginecológica que consiste na retirada do útero. Ela pode ser feita via abdominal, via laparoscópica ou via vaginal. De acordo com a médica ginecologista e obstetra, Silvia Gajardoni Farges, a histerectomia é realizada quando o útero tem alguma doença.

Nas da especialista, “as principais doenças que levam a necessidade de retirar o útero são os miomas uterinos e uma doença chamada adenomiose. O útero também pode ter necessidade de ser retirado quando ele excede de algum tipo de câncer, algum outro tipo de crescimento exagerado da camada interna – hiperplasia – ou, às vezes, quando existem pólipos dentro do útero”.

A especialista reforça que essa cirurgia só é realizada quando realmente há necessidade. “Geralmente o sintoma mais predominante nas mulheres que precisam tirar o útero é o sangramento uterino anormal”, ressalta.

Já em relação ao preço da operação, Silvia afirma que ele costuma variar bastante. “Tem o valor do hospital onde será feita a cirurgia, que precisa ser realizada com anestesia, e geralmente demanda internamento de dois dias. Além disso, há os honorários dos profissionais: médicos e o auxiliar que ajuda na histerectomia – às vezes precisa de um segundo auxiliar”, detalha.

Tipos de histerectomia

Existem quatro tipos de histerectomia e cada situação deve ser analisada pelo responsável, que irá indicar qual é o procedimento mais adequado. O tempo de recuperação também é influenciado pelo tipo de cirurgia que a paciente precisará passar. Silvia reforça que processos menos invasivos têm uma recuperação mais tranquila. Quer saber mais? Então, confira os tipos com detalhes!

Histerectomia abdominal

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De acordo com a médica, essa histerectomia, também conhecida como “via aberta”, é realizada por meio de uma incisão na parede abdominal, ou seja, ela é feita pela barriga. “A incisão é parecida com a o a incisão da cesariana, mas não é uma cesariana, ok? É o corte na barriga que parece de cesariana”, reforça.

Histerectomia vaginal

Outro método muito comum de retirada do útero é pela vagina. “Também é um procedimento cirúrgico que demanda anestesia e internamento, porém a recuperação costuma ser um pouco mais fácil do que a histerectomia via abdominal. É mais ou menos como um parto normal e um parto cesariano. É menos invasivo, então tem mais possibilidade de uma recuperação mais tranquila”, afirma Silvia.

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Histerectomia laparoscópica

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Um método de recuperação mais rápida, a histerectomia laparoscópica é feita a partir de pequenas incisões na barriga. “Em uma dessas incisões, a gente introduz uma câmara de vídeo que ajuda a fazer a ligadura dos vasos sanguíneos e dos ligamentos. Por fim, é feita a retirada do útero por procedimento videolaparoscópico”, explica a médica.

Histerectomia vaginal guiada pela laparoscopia

Um método que utiliza dois tipos de histerectomia. A histerectomia vaginal guiada pela laparoscopia é feita quando existe muita aderência, segundo a ginecologista. “Nessa cirurgia, um médico vai olhando em cima e enquanto isso os outros vão fazendo a retirada do útero via vaginal”, enfatiza.

Antes de marcar a histerectomia, não importa qual o tipo, converse bem com sua médica e tire todas as suas dúvidas! Afinal, é muito importante que você esteja segura.

Quando a histerectomia é indicada

Como explicado pela ginecologista, a histerectomia é indicada em casos de doenças uterinas, adenomiose, hemorragias anómalas, quando o útero excede de algum tipo de câncer, algum tipo de crescimento exagerado da camada interna – hiperplasia, dores pélvicas, quando existem pólipos dentro do útero, prolapso dos órgãos pélvicos e doença maligna ou pré-maligna.

Além disso, é importante frisar que a decisão por esse procedimento cirúrgico precisa considerar a idade da pessoa, planos reprodutivos, reposta a outros tratamentos anteriores e, é claro, a patologia em causa.

Silvana também reforça que a histerectomia não é realizada com o objetivo de não ter filhos. “Lógico, quando tira o útero não tem como engravidar mais. Entretanto, não é feita como forma de planejamento familiar. Há outros métodos mais simples! Inclusive, existe uma lei do planejamento familiar que não permite a retirada do útero com essa finalidade. No caso da histerectomia, o útero só é retirado quando ele está doente.

Como é o pós-cirúrgico

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Segundo a médica, o pós-operatório costuma variar muito de acordo com o caso e os motivos que levam a pessoa a recorrer à cirurgia. “A histerectomia pode ser feita em mulheres que tenham um útero com alguma doença, mas é um útero pequeno, até mulheres que têm miomas grandes (alguns chegam a pesar 1kg)”.

Sendo assim, “vai depender muito do tipo de doença que levou a retirada do útero. Dependendo da cirurgia, a recuperação é muito tranquila. Em um histerectomia vaginal sem nenhuma intercorrência, 24 horas e a paciente já está voltando para casa. Já em uma abdominal, o tempo de internamento geralmente costuma ser em torno de dois dias”, aponta.

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Ainda segundo a profissional, “o tempo para cicatrização é de pelo menos uma semana. Nesse período, a gente pede para não fazer nenhum atividade mais intensa. Já a volta às atividades normais de trabalho vai se dar, geralmente, entre duas e quatro semanas depois da cirurgia. Quanto às relações sexuais, isso varia de acordo com a cicatrização de cada uma, mas normalmente é depois que o médico faz a alta!”

O que muda na vida da mulher após uma cirurgia de histerectomia

Se você está com a sua cirurgia de histerectomia marcada e está com medo das mudanças provocadas pelo procedimento, fique tranquila! Segundo a Silvana, “geralmente a vida da mulher costuma mudar para melhor. Afinal, alguém que precisou tirar o útero é alguém que estava com esse útero doente, ou seja, uma pessoa que tinha um sangramento aumentado, que podia estar levando à anemia, alguém que tinha dores, dores fortes etc. Então, costuma mudar para melhor”.

Uma dúvida frequente é se a pessoa engorda quando retira o útero e a resposta, de acordo com a média, é não! Ela enfatiza que “o útero não produz hormônios. Ele vai servir para a gravidez, para o crescimento do feto, pois a gestação do feto ocorre no útero”. E não se preocupe, essa cirurgia também não afeita a vida sexual da mulher, como reforça a doutora. “Quando se tira o útero, a vagina fica do tamanho normal, do mesmo tamanho, então não interfere na questão da vida sexual”, afirma.

Na verdade, as mudanças são boas. “Eu não estou dizendo que é melhor não ter útero. Mas se você tem uma doença que necessita fazer a remoção, dá sim para viver muito bem sem o útero. Não vai mudar o corpo e não vai ter ganho de peso”, pontua a especialista.

Lembre-se sempre de se consultar com uma profissional de confiança, que te explique tudo sobre a cirurgia e que te deixe bem confortável. O vínculo de médico e paciente é de extrema importância em casos delicados como esse! Para tirar mais dúvida, leia também a matéria sobre doenças do colo do útero.

As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

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