No terceiro dia consecutivo de exercícios militares, a China simulou nesta segunda-feira, 10, o “isolamento” de Taiwan. O exército chinês posicionou um porta-aviões a nordeste da ilha de Pingtan, o ponto mais próximo da China a Taiwan, pronto para lançar jatos em direção à ilha.
Taiwan disse ter detectado jatos a leste, enquanto a China disse que seu porta-aviões Shandong participou do treino. Segundo o governo chinês, a prática terminou “com sucesso” nesta segunda-feira.
Pequim iniciou os exercícios no sábado 8, depois que a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, se encontrou com o líder da Câmara dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, na Califórnia. Tsai fez uma viagem de 10 dias aos Estados Unidos e América Central.
+ China sanciona organizações dos EUA que receberam líder de Taiwan
Ainda assim, a demonstração de poderio militar não foi tão arrojada quanto a resposta à visita de Nancy Pelosi, então presidente da Câmara americana, a Taipei em agosto passado – a autoridade americana de mais alto escalão a viajar para lá desde a década de 1990. Naquela época, a China fez quatro dias de exercícios militares sem precedentes, com disparo de mísseis balísticos nos mares ao redor da ilha.
Taiwan se considera um Estado soberano, enquanto a China vê a ilha como uma província separatista que cairá sob o controle de Pequim – pela força, se necessário.
O governo taiwanês havia comunicado anteriormente que avistou 70 aviões de guerra e 11 navios em suas águas circundantes. Um mapa das rotas de voo divulgado pelo seu Ministério da Defesa mostrou quatro caças J-15 a leste da ilha – sugerindo que os militares chineses estão simulando pela primeira vez ataques do leste, em vez do oeste, onde fica o continente chinês.
+ China condena reunião entre líder da Câmara dos EUA e presidente de Taiwan
Analistas disseram que é provável que os jatos tenham vindo do porta-aviões chinês Shandong, atualmente implantado no oceano Pacífico ocidental, a cerca de 320 km de Taiwan. Segundo os militares chineses, aviões de combate carregados com munição real “realizaram várias ondas de ataques simulados em alvos importantes”.
O Ministério da Defesa do Japão disse na segunda-feira que o Shandong também realizou operações aéreas nos dias anteriores. Caças a jato e helicópteros decolaram e pousaram no porta-aviões 120 vezes entre sexta e domingo, de acordo com a pasta.
+ Visita da líder de Taiwan aos EUA pode gerar ‘confronto sério’, diz China
Também na segunda-feira, os Estados Unidos enviaram o USS Milius, um contratorpedeiro (ou destroyer) de mísseis guiados, por parte do Mar da China Meridional, cerca de 1.300 km ao sul de Taiwan.
A China disse que o navio “se intrometeu ilegalmente” em suas águas, enquanto o governo americano argumentou que a operação era consistente com a lei internacional.
Washington pediu repetidamente que a China exerça moderação após a reunião do presidente Tsai com McCarthy, a terceira figura mais importante do governo dos Estados Unidos. Pequim, por sua vez, alertou os americanos e Taiwan sobre “contra-medidas resolutas” caso Tsai se encontrasse com McCarthy.
+ China alerta para conflito ‘inevitável’ com os EUA e defende Rússia
A China começou os exercícios depois que o presidente francês, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deixaram o país. Os líderes europeus visitaram Pequim para negociações comerciais e diplomáticas, incluindo pedidos para que o governo chinês intervenha diplomaticamente na agressão russa contra a Ucrânia.
Mais tarde, Macron exortou a Europa a não ser arrastada para um confronto entre Washington e Pequim por causa de Taiwan. Em seu voo para fora da China, ele disse a repórteres que a Europa corre o risco de ser “apanhada em crises que não são nossas” e isso dificultaria a construção de “autonomia estratégica”.
+ China pode ter ‘papel importante’ para paz na Ucrânia, diz Macron
Alguns analistas dizem que os exercícios militares chineses podem ter impacto decrescente ao longo do tempo, já que, para manter o mesmo fator de medo, Pequim precisaria aumentar a escala dos treinos cada vez mais.
O status de Taiwan é relativamente ambíguo desde 1949, quando a Guerra Civil Chinesa se voltou a favor do Partido Comunista Chinês e o antigo governo governante do país fugiu para a ilha. O atual presidente da China, Xi Jinping, disse que a “reunificação” com Taiwan “deve ser cumprida”.
Essa é uma matéria fechada para assinantes. Se você já é assinante faça seu login no site para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.
Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.
O Brasil está mudando. O tempo todo.
Acompanhe por VEJA e também tenha acesso aos conteúdos digitais de todos os outros títulos Abril*
Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.
Impressa + Digital
Plano completo de VEJA. Acesso ilimitado aos conteúdos exclusivos em todos formatos: revista impressa, site com notícias 24h e revista digital no app (celular/tablet).
Colunistas que refletem o jornalismo sério e de qualidade do time VEJA.
Receba semanalmente VEJA impressa mais Acesso imediato às edições digitais no App.
*Acesso digital ilimitado aos sites e às edições das revistas digitais nos apps: Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH. * Pagamento anual de R$ 96, equivalente a R$ 2 por semana.
Fonte: Veja