C. B. Strike, série da BBC One em associação com a HBO, conseguiu destronar The Last of Us por um breve período em março com sua quinta temporada intitulada Cormoran Strike: Troubled Blood, que está disponível no HBO Max. A série é baseada nos romances policiais que J.K. Rowling, conhecida pelos livros da saga Harry Potter, escreveu sob o pseudônimo de Robert Galbraith.
Uma série com origem controversa
O ponto de partida de Strike, produção que foi parar em primeiro lugar em diversos países como Espanha e Eslovênia, é o personagem Cormoran Strike, um veterano de guerra que se torna detetive particular. Com um escritório na Rua Dinamarca, em Londres, Strike luta contra as feridas físicas e emocionais da guerra e usa seus instintos e experiência como investigador para solucionar crimes complexos.
A primeira minissérie tem sete episódios baseados nos três primeiros romances de Rowling, O Chamado do Cuco, O Bicho-da-Seda e Vocação para o Mal, e é estrelada por Tom Burke que interpreta o detetive acompanhado de Holliday Grainger como Robin Elacott. A última temporada se baseia no romance de 2020, o segundo mais recente da série Strike, Sangue Revolto, no qual o protagonista aborda seu primeiro caso arquivado.
Transfobia projetada ou provocação?
O elenco da série está crescendo e por ela já passaram Kerr Logan, Natasha O’Keeffe, Sophie Winkleman, Joseph Quinn, Nick Blood, Natalie Gumede e Robert Glenister. Sue Tully assume a direção, ao lado de nomes como Michael Keillor, Kieron Hawkes e Charles Sturridge. O roteiro é de Tom Edge e a produção fica por conta de Mark Kinsell, Jackie Larkin e J.K. Rowling, também sob o pseudônimo de Robert Galbraith.
A autora da saga Harry Potter, que já foi acusada de transfobia em diversas ocasiões, mais uma vez criou polêmica em torno de um personagem do livro, já que nele apresenta um assassino que se veste de mulher para cometer seus crimes, exemplo de ficção polêmico desde O Silêncio dos Inocentes e bastante ultrapassado, recebendo assim duras críticas nas redes por se inclinar para representações de pessoas trans como vilãs.
“Devo dizer que a ironia aqui é abundante: basicamente, JK Rowling está se passando por homem (Robert Galbraith) para escrever um romance sobre um homem se passando por mulher para matar pessoas. PROJETANDO MUITO?!”
A autora Marieke Nijkamp foi além, comentando que, embora tenha tentado ignorar os comentários anteriores de Rowling sobre questões trans, ela achou a controvérsia impossível de evitar:
“Geralmente não somos autores de violência, somos vítimas. Não consigo me imaginar explicando para o meu eu adolescente: ‘Ei, esse autor que você ama tanto odeia descaradamente pessoas como você”.
Fonte: adorocinema