O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) exigiu nesta terça-feira, 4, que a Rússia permita a visita de organizações internacionais a crianças e outros civis “que foram deportados à força” da Ucrânia para territórios controlados por Moscou. A deportação forçada de crianças ucranianas vem sendo denunciada desde março.
Aprovada hoje, a resolução pede à Rússia que “cesse a transferência forçada ilegal e a deportação de crianças, civis e outras pessoas protegidas dentro da Ucrânia ou da Federação Russa […], em particular crianças, incluindo aquelas sob custódia de instituições, desacompanhadas e separadas” de suas famílias.
Na resolução é também pedido ao Kremlin que forneça “informações confiáveis e completas sobre o número e o paradeiro” dos civis, que garanta que estão sendo tratados “com dignidade” e que lhes sejam dadas condições para regressarem para casa “em segurança”.
O texto aprovado também estende por um ano o mandato da Comissão da ONU responsável por investigar violações de direitos humanos cometidas na Ucrânia desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022.
As autoridades ucranianas afirmam que 16.221 crianças foram deportadas para a Rússia até o fim de fevereiro, número que a Comissão da ONU não pôde verificar. O texto foi aprovado com 28 votos a favor, 17 abstenções e dois contra, China e Eritreia.
O Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, anunciou em 17 de março que emitiu um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, pelo crime de guerra de “deportação ilegal” de crianças ucranianas desde o início da ofensiva no país vizinho.
A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) avaliou que a destruição causada pela guerra na Ucrânia em patrimônios e no setor cultural do país soma US$ 2,6 bilhões (equivalentes a R$ 13,1 bilhões) até o momento.
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Fonte: revistaoeste