O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, anunciou nesta segunda-feira, 3, que a Finlândia se juntará formalmente na terça-feira à principal aliança militar ocidental, mesmo com a forte insatisfação russa. Na semana passada, a Turquia aprovou a solicitação do país nórdico para participar da Otan, pondo fim ao último obstáculo no processo de adesão, que teve início em 2022.
Após a invasão da Rússia à Ucrânia, em fevereiro do ano passado, a Suécia e Finlândia romperam o histórico de não-alinhamento militar ao solicitar uma adesão conjunta à Otan. O pedido, no entanto, foi travado em momentos devido a conflitos com Ancara, sobretudo em relação a Estocolmo.
Ao descrever o momento como “histórico”, Stoltenberg comunicou que Turquia e Finlândia devem entregar a versão final dos textos ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, na terça-feira. O secretário-geral disse, ainda, que a entrada finlandesa na aliança é benéfica “para a segurança nórdica e para a Otan como um todo”.
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O presidente finlandês, Sauli Niinistö, e o ministro das Relações Exteriores finlandês, Pekka Haavisto, viajarão a Bruxelas para participar da cerimônia de ingresso.
“Para a Finlândia, o objetivo mais importante da reunião será enfatizar o apoio da Otan à Ucrânia enquanto a Rússia continua sua agressão ilegal. Procuramos promover a estabilidade e a segurança em toda a região euro-atlântica”, comunicou Haavisto.
A notícia, no entanto, não foi bem recebida por Moscou, que informou o reforço de suas defesas perto de sua fronteira de 1.300 km com os finlandeses. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko, declarou que aumentará o potencial militar na região para a defesa da segurança russa, caso “forças e recursos de outros membros da Otan forem implantados na Finlândia”.
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Mesmo com o avanço da Finlândia, a solicitação sueca segue estagnada, já que a Turquia reforçou sua negativa à entrada do país na aliança. O principal entrave está ligado à recusa do país em extraditar dezenas de curdos que Ancara afirma serem militantes foragidos após uma tentativa fracassada de golpe em 2016.
Novas objeções da Hungria também dificultam o caso. Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores da Suécia, Tobias Billström, disse não estar confiante de que o pedido será aceito nos próximos meses. “Acho que ‘esperançoso’ neste contexto é melhor”, afirmou.
O secretário-geral da aliança relatou, contudo, que não poupará esforços para a aprovação sueca antes da cúpula. “A Suécia não está sozinha. A Suécia está o mais perto que pode chegar como um membro de pleno direito”, informou Stoltenberg. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve se reunir com os membros da Otan na capital da Lituânia, Vilnius, entre 11 e 12 de julho.
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Fonte: Veja