Milhares de pessoas foram às ruas neste sábado 1 em Lisboa, capital de Portugal, para protestar em defesa do direito à habitação e contra o aumento dos aluguéis e dos preços de casas. Com a escalada da inflação no país, a 8,2%, moradores alegam dificuldades em manter as mínimas condições de vida.
No mês passado, o governo de Marcelo Rebelo de Sousa, presidente português, anunciou um pacote habitacional que extinguiu o esquema do “Golden Visa” e proibiu novas licenças para propriedades de Airbnb, na tentativa de contornar a crise. Os críticos alegam, no entanto, que a medida é insuficiente.
O protesto, organizado pelo movimento “Casa para Morar”, ocorreu em mais seis cidades portuguesas: Porto, Braga, Coimbra, Aveiro, Viseu e Setúbal. Para Rita Silva, porta-voz do grupo “Habita!”, a crise habitacional é uma “emergência social”. Os adeptos reivindicam também a regulação dos preços de aluguéis, a suspensão dos despejos e o fim da especulação imobiliária.
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Um levantamento da empresa de dados imobiliários Casafari indicou que o valor dos aluguéis em Lisboa subiu 37% em 2022, superando os de Paris e Barcelona. O preço de locação de apartamentos de um quarto atingiu a marca de 1.350 euros (R$ 7.400 reais).
Nos últimos oito anos, os valores de venda de moradias dispararam 137% em Lisboa, principal cidade turística do país.
A situação se agrava com a descoberta de que cerca de 50% da população recebe menos de 1.000 euros (R$ 5.530) mensais, enquanto o salário mínimo permanece em 760 euros (R$ 4.200). Portugal é um dos países mais pobres da Europa Ocidental e Lisboa é considerada a quinta cidade menos viável do mundo para viver, segundo um estudo da corretora de seguros CIA Landlords.
Fonte: Veja