Em 1999, com apenas 5 anos de idade, ao sobreviver a um naufrágio para fugir de Cuba — no qual morreria a mãe — o menino Elián González virou centro de uma renhida disputa internacional. Fidel Castro venceu a parada e ele ficou no país de nascimento (na foto abaixo). Agora, aos 29 anos, González pode estar prestes a inaugurar uma nova vida, cuidadosamente costurada: é candidato a uma cadeira na Assembleia Nacional pelo município de Cárdenas, onde trabalha como diretor da importadora de alimentos das Forças Armadas. Ele reza direitinho a cartilha ideológica, até porque não teria outro caminho. “Tal como a minha mãe, muitos morreram ao tentar chegar aos Estados Unidos, mas a culpa é do governo americano”, diz. E, por óbvio, os contatos com os familiares maternos do outro lado do mar foram cortados, tal como os líderes cubanos prezam.
Publicado em VEJA de 5 de abril de 2023, edição nº 2835
Fonte: Veja