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Líder de Taiwan nos EUA pode provocar confronto sério com a China

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O relacionamento de Taipei com Washington “nunca foi tão próximo”, disse a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, após chegar à cidade de Nova York na quarta-feira 29. Já Pequim alertou que sua visita poderia levar a um “confronto sério” entre a China e os Estados Unidos.

Em Nova York, Tsai faz a primeira das duas escalas planejadas em território americano, para depois partir a uma visita oficial à América Central.

“Sabemos que somos mais fortes quando nos unimos em solidariedade com outras democracias. Taiwan não pode ser isolada e não consideramos a amizade garantida”, disse Tsai.

A visita da líder taiwanesa ocorre em um momento de tensões elevadas entre os Estados Unidos e a China, e foi condenada por Pequim – que considera a democrática Taiwan como parte de seu território, apesar de nunca tê-la controlado.

Segundo o encarregado de negócios da China, Xu Xueyuan, a viagem pode levar a um “confronto sério” entre as duas potências, bem como gerar um “impacto severo” em seus laços.

“O que os Estados Unidos fizeram prejudica seriamente a soberania e a integridade territorial da China”, disse Xu na quarta-feira, acrescentando que os Estados Unidos devem arcar com “todas as consequências”.

Há rumores de que Tsai se encontrará com o presidente da Câmara dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, durante uma de suas escalas não oficiais nos Estados Unidos. Pequim prometeu “lutar resolutamente” contra essa possibilidade, enquanto Taiwan não confirmou a reunião, nem forneceu detalhes sobre o itinerário de Tsai.

Tal encontro em solo americano, contudo, é visto como menos provocativo do que uma visita a Taiwan por um importante legislador dos Estados Unidos.

Pequim realizou extensos exercícios militares, que duraram mais de uma semana, ao redor da ilha em agosto passado, após uma visita da então presidente da Câmara americana, Nancy Pelosi, a Taipei. Ela foi a autoridade dos Estados Unidos de mais alto escalão a visitar Taiwan em 25 anos, e sua viagem levou Pequim a acusar Washington de mudar a natureza de seu relacionamento com a ilha.

Autoridades americanas refutam a afirmação.

Os Estados Unidos são obrigados por lei a vender armas a Taiwan para sua autodefesa, embora tenham encerrado sua relação diplomática formal com Taipei em 1979, quando reconheceram o governo em Pequim. Por causa do relacionamento não oficial, a visita de Tsai não é caracterizada como “de Estado”, mantendo a narrativa de longa data de “Uma China”. Tecnicamente, isso significa que Washington reconhece que Taiwan faz parte do território chinês, mas nunca reconheceu essa reivindicação específica.

Os atritos entre a China e os Estados Unidos sobre o futuro da ilha democrática aumentaram nos últimos anos. Pequim prometeu tomar a ilha, à força, se necessário, e sob o comando do líder Xi Jinping aumentou a pressão militar, diplomática e econômica sobre o território democrático, inclusive convencendo aliados de Taipei a mudar sua lealdade.

Fonte: Veja

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