Se você é uma pessoa que tem o costume de fazer unhas no salão, então provavelmente está acostumado a ser atendido por mulheres, certo? E qual seria a sua reação se marcasse horário com a manicure e o profissional que te atendesse fosse, na verdade um ex-soldador de carros? Ficaria surpreso, certo?
Buscando melhorar as oportunidades de vida, Henrique Albertasse, de 26 anos, decidiu deixar a montadoras de carros na qual trabalhou por cinco anos para se dedicar à profissão de nail designer. De acordo com o jovem, hoje ele ganha três vezes mais do que quando trabalhava com carros.
Natural de Hortolândia, no interior de São Paulo, ele explicar que a falta de oportunidade para crescimento profissional foi um dos fatores que o fizeram mudar de área. “Eu sempre cresci nas empresas que trabalhei, mas o que não mudava era o meu salário e isso era frustrante”, afirmou.
O interesse pelo design de unhas veio após Henrique observar a irmã, que já trabalhava como manicure e tinha uma rotina muito mais flexível do que a dele. A partir daí, o profissional começou a fazer cursos e atender algumas clientes, de forma completar a renda de soldador.
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Porém, o talento começou a se mostrar e, em pouco tempo, Henrique já estava com uma demanda muito maior e a agenda passou a ficar apertada. Foi então que ele precisou tomar uma decisão e optou por deixar a área na qual atuava para se dedicar de maneira integral ao salão.
Ainda novo no universo das unhas, Henrique afirma que até então nunca havia pegado um esmalte na mão. “Minha irmã, como instrutora, tem me ajudado nesta trajetória. Ela sempre me incentivou e costumava dizer: ‘tenho certeza que você irá aprender”, disse.
UMA NOVA VIDA
Assim como vários profissionais de hoje, Henrique viu nas redes sociais um meio muito eficaz para divulgar o seu trabalho. Com mais de duzentos mil seguidores, ele é uma espécie de influencer no meio e já tem uma agenda disputada.
Apesar da fama, o nail designer ainda precisa lidar com o preconceito de ser um homem e estar nesse meio que é considerado feminino. A mudança de profissão veio com várias piadas sem graça e cheias de estereótipos. “Eu trabalhava em uma metalúrgica e 95% dos meus colegas eram homens. Claro, houve chacota do pessoal, mas isso não tirou o foco do meu objetivo”, afirmou.
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Sem se importar com os comentários maldosos e com o foco em seu crescimento profissional, Henrique colhe os frutos do esforço e dedicação. De acordo com o manicure, cada serviço de alongamento ou manutenção das unhas com fibra ultra realista costuma levar entre duas a três horas. Ele também trabalha com decoração personalizada, algo que está super em alta, e atende em média cinco clientes por dia.
Agora, longe da solda de carros, Henrique aproveita as vantagens de ser dono do próprio negócio, como uma maior liberdade e flexibilidade. “Com planejamento, eu consigo aproveitar mais os momentos de lazer ao lado da minha família e amigos.”
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Jornalista e redatora. Amante de gatos, livros, moda e receitinhas.
