A Rússia está ajudando o Irã a obter capacidades avançadas de vigilância digital e armas cibernéticas, enquanto o regime dos aiatolás busca uma cooperação mais profunda na guerra on-line. E essa crescente aliança militar, os EUA veem como uma ameaça. As informações são do The Wall Street Journal.
O potencial para colaboração em guerra cibernética ocorre depois que o Irã vendeu drones à Rússia para uso na Ucrânia, concordou em fornecer mísseis de curto alcance a Moscou e enviou tanques e artilharia.
A Rússia e o Irã têm recursos de armas cibernéticas sofisticadas e há muito tempo colaboram entre si, assinando um acordo de cooperação cibernética há dois anos que, segundo analistas, se concentra principalmente em redes de defesa cibernética.
Moscou também compartilhou com o Irã um software que permite hackear telefones e sistemas de dissidentes e adversários. Desde o início da guerra na Ucrânia, a Rússia forneceu ao Irã capacidades de vigilância de comunicação, dispositivos de escuta, dispositivos avançados de fotografia e detectores de mentiras.
O governo iraniano usou o controle da internet para impedir que o protesto contra a morte de uma mulher, assassinada pelo próprio governo, porque o lenço não estava cobrindo seu cabelo corretamente, se espalhasse ainda mais. A ditadura diminuiu o tráfego da web, para impedir a disseminação de vídeos e comunicações entre os manifestantes. Também usaram ferramentas de vigilância digital para rastrear e prender manifestantes.
Segundo o The New York Times, a empresa russa Protei começou a fornecer software de censura na internet para a provedora iraniana de serviços móveis Ariantel. Os documentos foram publicados pelo Citizen Lab, um centro de pesquisa da Universidade de Toronto.
O Citizen Lab disse que há evidências de que as ferramentas Protei fazem parte de um sistema de telefonia móvel em desenvolvimento que “permitiria às autoridades estatais monitorar, interceptar, redirecionar, degradar ou negar diretamente todas as comunicações móveis dos iranianos, incluindo aqueles que atualmente desafiam o regime”.
Na Rússia, a Protei desenvolve hardware e software projetados para ajudar os governos a monitorarem comunicações em linhas telefônicas, e-mails e transações com cartão de crédito, entre outras coisas, de acordo com analistas de segurança cibernética. A empresa tem contratos com o Ministério da Defesa da Rússia.
Fonte: revistaoeste