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Alemanha é pressionada dentro da UE após recuar em acordo climático

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Os membros da União Europeia (UE) encerram nesta sexta-feira, 24, reuniões da cúpula em Bruxelas com aumento da pressão dos países às recentes decisões tomadas pela Alemanha. O encontro, que tinha como pautas centrais a guerra na Ucrânia e o sistema bancário da Europa, foi tomado por uma disputa a respeito de uma lei que procura frear a mudança climática.

Após uma série de negociações entre os 27 membros do bloco nos últimos meses, ministros e eurodeputados firmaram um acordo para acabar com a venda de carros novos que funcionam a base de gasolina e diesel até 2035. A proposta procura reduzir o uso de combustíveis fósseis para, enfim, abrir espaço para energias limpas e renováveis.

No início do mês, contudo, a Alemanha comunicou que não prosseguiria com a assinatura do plano caso o regulamento não incluísse uma cláusula para veículos que funcionassem a partir de combustíveis sintéticos, produzidos a partir de um processo químico. A Comissão se opõe à medida, já que a proposta foi redigida e aprovada há seis meses.

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O desacordo, caracterizado como “preocupante” pelo premiê da Letônia, Krisjanis Karins, causou descontentamento generalizado. Além disso, funcionários da União culpam o chanceler alemão, Olaf Scholz, e seu governo por não terem adotado uma postura firme na resolução da disputa do motor de combustão dentro da coalizão.

Preocupações no setor automobilístico alemão, especialmente em empresas especializadas em peças para motores de combustão, levaram à mudança de opinião das autoridades locais. Apesar da adesão de parte da indústria à mudança para veículos elétricos, muitos fabricantes expressaram temores de que o plano possa diminuir a compra dos produtos que, no momento, são lucrativos na Europa.

“Temos a convicção de que os melhores, mais ecológicos e mais eficientes motores de combustão devem continuar a ser construídos por aqueles que os aperfeiçoaram – por nós”, disse um porta-voz da Associação Alemã da Indústria Automóvel (VDA).

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Com o aumento da pressão, o debate afetou a programação da cúpula, em Bruxelas. Proposta pela França, a inclusão da energia nuclear também foi palco de discussão na reunião. Segundo Emmanuel Macron, presidente francês, as matrizes energéticas “renováveis ​​não serão suficientes e a nuclear constituirá uma necessidade” para o bloco.

Um diplomata europeu ouvido pelo jornal britânico The Guardian caracterizou os pedidos franceses como “impossíveis” e “ultrajantes” e acrescentou, ainda, que “a Alemanha é caótica e a França é agressiva”. Mesmo com as críticas, Macron conseguiu aprovar parcialmente a iniciativa, que foi condenada por Scholz e outros países por não ser considerada uma energia limpa.

Em contrapartida, o chanceler alemão afirmou que está a caminho de um acordo com a Comissão Europeia em relação as suas demandas. Os combustíveis sintéticos, no entanto, ainda não são produzidos e, segundo o Instituto Potsdam para Pesquisa do Impacto Climático, eles provavelmente permanecerão escassos nos próximos anos, cobrindo apenas 10% das necessidades da Alemanha.

Fonte: Veja

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