A zona rural brasileira é considerada um celeiro do mundo. Mas esse alimento nem sempre chega à mesa de quem o produz: o morador do campo. Seis em cada dez habitantes de áreas rurais apresentam algum grau de insegurança alimentar. Ou seja, não se alimentam de forma adequada. Os dados são da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan), que entrevistou 35 mil pessoas em 2022.
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No total, a insegurança alimentar atinge mais de 33 milhões de brasileiros e acabar com a fome se tornou, ao menos no discurso, a prioridade número um do novo governo federal. Reverter a situação em que o país se encontra hoje, garantindo alimentação adequada para toda a população, tende a ser uma tarefa difícil.
Foram necessários mais de dez anos para que a luta contra a fome culminasse na saída do Brasil do “Mapa da Fome” em 2014, após anúncio feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a alimentação e a agricultura na ocasião. E essa notícia, de que há milhões de brasileiros do campo encarando a insegurança alimentar, não soa razoável para Miguel Daoud. De acordo com o comentarista do Dia de Ajudar, isso evidencia a falta de políticas públicas voltadas aos pequenos e médios produtores rurais.
“Como é que pode se nós somos os maiores exportadores de alimento? É porque nós não temos um projeto” — Miguel Daoud
Dessa forma, Daoud cobrou os políticos do país, sobretudo os que integram o Executivo e o Legislativo no âmbito federal. “Tenham vergonha na cara”, disse Daoud ao participar da edição desta terça-feira (21) do telejornal ‘Mercado & Companhia‘. “Como é que pode se nós somos os maiores exportadores de alimento? É porque nós não temos um projeto”, prosseguiu ao conversar com a jornalista e apresentadora Pryscilla Paiva.
Miguel Daoud questiona: Cadê o arcabouço fiscal?
Além da pesquisa sobre a relação de milhões de brasileiros do campo com a insegurança alimentar, Miguel Daoud apontou que o atual governo não tem avançado sobre temas econômicos. Sobre o prometido arcabouço fiscal, ele disse que “não se teve mais notícia”. Por fim, mencionou que a reforma tributária também não saiu do papel até o momento — e que tem chances de nem ser aprovada pelo Congresso Nacional.
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Editado por: Anderson Scardoelli.
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Fonte: canalrural