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Cancelamento de Casamento por Brincadeira na Hora do Sim: Entenda a Legislação Brasileira

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Via @portalmigalhasVídeo que repercutiu nas redes sociais nesta semana mostra celebrante cancelando o casamento após a noiva dizer “não” de brincadeira. Código prevê a hipótese.

Nesta semana repercutiu nas redes sociais um vídeo antigo em que o celebrante cancelou um casamento após a noiva dizer “não” de brincadeira quando perguntado se era de livre e espontânea vontade casar-se. A atitude do celebrante dividiu opiniões. Mas o que diz a lei?

Segundo a professora e advogada Fernanda Tartuce, a decisão foi correta. Ela explica que a celebração do casamento é imediatamente suspensa quando algum contraente se recusa à solene afirmação da vontade e declara que esta não é livre e espontânea ou manifesta-se arrependido.

Fernanda explica ainda que não se admite a retratação no mesmo , segundo o art. 1.538, parágrafo único, do Código Civil.

A norma dispõe que:

“Art. 1.538. A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos contraentes:

I – recusar a solene afirmação da sua vontade;

II – declarar que esta não é livre e espontânea;

III – manifestar-se arrependido.

Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos mencionados neste , der causa à suspensão do ato, não será admitido a retratar-se no mesmo dia.”

A advogada ainda explica que, quando o caso repercutiu, muitos professores de Direito Civil se lembraram da regra e perceberam que há mais exemplo a ser dado em sala de aula: a manifestação da vontade é um ato sé, solene e não comporta brincadeiras no momento.

“Isso é avisado pelo oficial de registro no momento da habilitação para o casamento, oportunidade em que é explicada a importância do ato e tudo que o envolve, inclusive com o alerta sobre a firmeza da manifestação de vontade a ser expressa.”

O advogado José Fernando Simão também diz que a decisão foi correta, e que é exatamente pelo que dispõe no CC que se suspende o casamento e se dá prazo de reflexão.

O professor Flávio Tartuce explica que a decisão está correta, pois umas das aplicações do artigo 1.538 do Código Civil é justamente nas hipóteses de brincadeira ou animus jocandi.

“A celebração do casamento deve ser suspensa nesse caso, conforme a doutrina civilista. Na pergunta que se faz já se destaca se a vontade é livre. Esse é um momento solene, em que não cabem brincadeiras.”

Fonte: https://www.migalhas.com.br/quentes/381610/casamento-e-cancelado-por-brincadeira-na-hora-do-sim-o-que-diz-a-lei

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