Sophia @princesinhamt
Tecnologia

Testamos o PlayStation VR2 – e os 20 games mais importantes

2024 word1
Grupo do Whatsapp Cuiabá

Texto Bruno Garattoni

Design Natalia Sayuri Lara

HHiro não está aqui. Está num universo gerado por computador, projetado em seus óculos e injetado nos fones de ouvido. Esse lugar imaginário é conhecido como Metaverso”, escreveu o americano Neil Stephenson em Snow Crash, de 1992.

O livro, que introduziu os termos “metaverso” e “avatar”, imagina a realidade virtual como uma avenida de 65 mil km de comprimento, onde convivem 120 milhões de pessoas (metade se conecta usando computadores públicos ou do trabalho, e por isso seus avatares aparecem em preto-e-branco).

O romance se tornou um clássico da ficção científica, e fez previsões certeiras sobre várias coisas, da arquitetura da internet à tecnologia dos capacetes de RV. Só errou num ponto: até hoje, 30 anos depois, a realidade virtual não chegou nem perto de 120 milhões de usuários.

A Meta (dona do Facebook) vendeu 20 milhões de headsets da linha Quest – mas o Horizon Worlds, seu metaverso, tem míseros 200 mil usuários. Cinco milhões de pessoas compraram um PS VR, o capacete lançado em 2016 para o PlayStation 4 – é bastante, mas nada perto dos 117 milhões de consoles PS4 vendidos.

A realidade virtual está aprisionada num círculo vicioso. Pouca gente compra os headsets, porque eles são caros e têm poucos jogos e “experiências” disponíveis; como há poucos usuários, a indústria desenvolve poucos softwares, realimentando o processo. Mas isso pode mudar.

Segundo a agência Bloomberg, que cita fontes internas da Apple, a empresa irá apresentar em junho seu headset, que poderá se chamar Reality Pro e supostamente combina realidade virtual e aumentada (veja quadro abaixo). E, na última semana de fevereiro, a Sony lançou o PlayStation VR2, seu sistema de realidade virtual para o PlayStation 5.

Ele tem três características que talvez possam, finalmente, quebrar as barreiras que seguram a RV.

A primeira é o poder gráfico. Os headsets da Meta podem ser usados de duas formas: plugados a um PC ou no modo standalone, sem computador. E ambos têm poréns. Para rodar bem um game de realidade virtual, gerando um resultado  visualmente convincente, a máquina precisa renderizar duas imagens, uma para cada olho, 90 a 120 vezes por segundo (Hertz).

É bem mais do que os games convencionais – que trabalham entre 30 e 60 quadros por segundo (e não precisam gerar uma imagem para cada olho).

Isso demanda bastante poder de processamento. E requer um PC muito potente, que pouca gente tem. Então os donos de headset acabam usando o modo standalone, o que limita bastante as coisas: os capacetes da Meta têm poder de processamento equivalente ao de um celular. Deixa os jogos com cara de Nintendo Wii.

Com o PS VR2, é diferente. Pois ele é um acessório para o PlayStation 5, uma máquina com poder de fogo: é capaz de executar 10,3 trilhões de operações por segundo, ou teraflops (nove vezes mais do que o chip embutido no Meta Quest 2).

O PS5 tem fôlego suficiente para rodar jogos de RV sofisticados. E a Sony já vendeu 30 milhões de unidades do console, ou seja, há uma base de usuários considerável – grande o bastante para convencer os desenvolvedores a fazerem mais jogos.

O segundo fator é o preço. Os capacetes de realidade virtual são caros porque as telinhas que geram as imagens são pequenas, e é difícil espremer nelas a quantidade necessária de pixels. As telas dos melhores headsets têm 800 a 900 ppi (pontos por polegada), o dobro de um iPhone 14, por exemplo.

As lentes que ampliam essa imagem, fazendo com que ela preencha o seu campo de visão, são igualmente caras – e os headsets também têm uma série de câmeras e sensores embutidos.

O PS VR2 não é nada barato, tanto nos EUA (US$ 549) quanto no Brasil (R$ 4.499). Mas custa a metade do preço de um headset comparável. E tem características, como as telas OLED e as tecnologias dos controles, que os rivais não oferecem [veja quadro abaixo].

Infográfico sobre os concorrentes do PS VR2.
(Bruno Garattoni/Natalia Sayuri Lara/Superinteressante)

O terceiro elemento são os games. O PS VR2 foi lançado com 30 jogos, o que é um bom ponto de partida. Nós testamos os 20 mais relevantes, e o headset, ao longo de um mês. Quando você coloca o aparelho na cabeça e o liga pela primeira vez, ele escaneia a sua sala, para mapear o espaço livre e identificar obstáculos.

Aí, determina uma “área segura” para você se movimentar. Para explorar todos os recursos dos games, é preciso ter no mínimo 2×2 metros livres. Nos nossos testes, embora a sala tivesse esse espaço, o PS VR2 disse que não era suficiente – e eu teria de jogar parado em pé, sem poder andar.

Resolvi o problema configurando manualmente a área segura, e incluí uns pedacinhos da sala que o headset não havia considerado (você aponta os joysticks para o chão e “pinta” a área que quer demarcar).

Quando você está jogando, e prestes a colocar um braço ou perna para fora da área segura, o headset mostra um alerta visual: ele vai abrindo um buraco, naquele ponto, sobre a imagem do jogo (quanto mais perto você chega de atravessar a fronteira, maior aquele buraco vai ficando).

Esse sistema passa bastante segurança, e funcionou de forma exemplar nos testes – não esbarrei nem tropecei em nada durante todo o mês.

Foto do PS VR2.
(Sony/Montagem sobre reprodução)

O headset não é nenhuma pluma: pesa 560 gramas. Mas depois que você pega o jeito (apoiando a parte de trás dele na protuberância occipital, a ponta” na base do crânio), fica confortável.

As telas OLED são excelentes: geram imagens de altíssimo contraste, o que contribui muito para a sensação de imersão – em cenas sem luz, você realmente tem a sensação de estar no escuro.

Todos os capacetes de realidade virtual sofrem de um fenômeno chamado screen door effect: é como se você estivesse vendo as imagens através de um mosquiteiro bem fino, cobertas por uma malha de pontinhos (na verdade, eles são os espaços entre os pixels, que se tornam visíveis porque as lentes ampliam muito a imagem).

Como tem mais resolução do que os concorrentes, o PS VR2 reduz muito esse fenômeno (nele o efeito parece uma textura, levemente áspera, sobre a imagem). Mas não o elimina. Isso, talvez, só com o headset da Apple [leia texto abaixo].

O PS VR2 é conectado ao PlayStation por um único cabo, do tipo USB-C. Ele é bem grandão, tem 4 metros, e não atrapalha. O headset usa uma peça de borracha para impedir a entrada da luz ambiente. Funciona muito bem, e não aperta o rosto.

Horizon: Call of The Mountain

Captura de tela do jogo Horizon.

Os animais robóticos são o encanto da série Horizon. Vê-los em tamanho natural, frente a frente, é uma experiência transformadora: eles são gigantescos, muito maiores do que aparentam nos games anteriores (que não são de realidade virtual). Os controles funcionam bem – o arco e flecha é rápido e preciso –, e as sequências de alpinismo são de tirar o fôlego. O melhor jogo de ação em RV até agora (junto com Half-Life: Alyx, lançado para PC em 2020).R$ 299,90. Nota: 9

Moss

Captura de tela do jogo Moss. Você controla um ratinho minúsculo, e tem de resolver puzzles para atravessar cenários complicados. Os gráficos são altamente convincentes: em alguns momentos, parece que você está vendo hologramas flutuando na sua frente. R$ 99,50. Nota: 9

Drums Rock

Captura de tela do jogo Drums Rock. Imagine um Guitar Hero, só que de bateria – e com baquetas virtuais. O game é divertido e usa bem os controles do PS VR2. Mas foi criado por um estúdio pequeno, com pouca grana para licenciar músicas. Por isso, seu repertório só tem títulos bem obscuros. R$ 104,90. Nota: 6,5

Star Wars: Contos dos Limites da Galáxia

Captura de tela do jogo Star Wars: Contos dos Limites da Galáxia. Você precisa consertar sua nave e eliminar os invasores. O game tem alguns bugs, mas os cenários são bonitos (a Terra, vista pela janela da nave, é incrível), e os inimigos, bem renderizados – parecem pessoas de verdade. Devia ser mais barato, pois tem só 3h. R$ 264,90. Nota: 7

Kayak VR: Mirage

Captura de tela do jogo Kayak VR. Passeios virtuais de caiaque em que você pode remar, se deixar levar pela correnteza ou correr contra outras pessoas. O visual impressiona (a água e as montanhas são quase fotorrealistas). Só tem quatro cenários: Austrália, Costa Rica, Noruega e Antárctica. R$ 122,90. Nota: 8

No Man’s Sky

Captura de tela do jogo No Man's Sky. O game de exploração espacial, lançado em 2016, agora também pode ser jogado em RV. Os planetas, com plantas e animais muito exóticos, ficaram mais bonitos e envolventes. Mas isso não muda o fato de que No Man’s é lento, contemplativo – você ama ou odeia. R$ 299,90. Nota: 8

Pavlov

Captura de tela do jogo Pavlov. Primeiro shooter multijogador para o PS VR2. Tem dez mapas, razoáveis, e as armas são ótimas (usam bem os gatilhos adaptáveis do controle). Permite jogar online mesmo com quem não tem o headset. Não é nenhum Warzone, mas quebra o galho. R$ 133,90. Nota: 6,5

Resident Evil Village: VR

Captura de tela do jogo Resident Evil Village: VR. Resident Evil já assusta. Em realidade virtual, então… O último game da série, de 2021, pode ser totalmente jogado em RV. Merecia nota 9, mas tem problemas técnicos (os movimentos das mãos às vezes bugam, e a câmera dá pulos atordoantes). R$ 184,50. Nota: 7

NFL Pro Era

Captura de tela do jogo NFL Pro Era. Game de futebol americano em que você joga como quarterback: recebe, arma a jogada e passa a bola para alguém fazer o touchdown. A qualidade gráfica é apenas ok, e o game é espartano – bem abaixo dos jogos da Electronic Arts (como Madden). R$ 159,90. Nota: 6

Cities VR – Enhanced Edition

Captura de tela do jogo Cities VR. SimCity, só que em realidade virtual: você constrói a cidade colocando as estruturas com as mãos. Também dá para voar por dentro dela, vendo tudo bem de pertinho, ao rés do chão. O problema são os controles lentos e frustrantes, que dificultam as coisas. R$ 159,90. Nota: 6

As lentes também são boas, com um porém. A Sony usou um tipo chamado lente de Fresnel [veja no infográfico acima], que tem uma vantagem e uma desvantagem. A vantagem é que essas lentes não deformam a imagem nos cantos (não causam o efeito “olho de peixe” das lentes comuns).

A desvantagem é que elas não conseguem dar 100% de foco em toda sua área; só no meio. Nos cantos da imagem, os detalhes mais finos ficam levemente borrados. O efeito é mais visível com certos elementos, como texto – durante os jogos, você não nota muito. Depois de alguns dias, o seu cérebro se acostuma, e você não percebe mais.

Isso também aconteceu, durante os  testes, com o grande bicho-papão da realidade virtual: o enjoo de movimento. Ele é causado por uma divergência entre o que os olhos estão vendo e o labirinto (uma estrutura do ouvido que detecta movimentos) está sentindo.

Quando você está em um navio, por exemplo, os seus olhos veem o chão dele parado. Mas o labirinto capta o balanço da embarcação, que está se mexendo. É esse conflito que – por motivos que a ciência ainda não sabe explicar – pode desencadear tontura e enjoo.

Eu nunca tenho enjoo de movimento. Mas, nas primeiras horas de PS VR2, ele me pegou. O culpado foi o jogo Star Wars. Ele vem configurado para usar um tipo de deslocamento chamado “teleportação”: em vez de usar a alavanca do joystick para andar pelos cenários do game (algo necessário, já que eles são muito maiores do que qualquer sala), você aponta para onde quer ir e aperta um botão.

É um método comum em jogos de RV, porque reduz o risco de enjoo. Crente de que nada aconteceria, desliguei esse modo e usei o movimento “livre”. Rapidamente fiquei enjoado.

O enjoo se concentrou em dois títulos, Star Wars e Song in the Smoke. É que os outros games são mais inteligentes: em situações de movimento brusco, eles reduzem automaticamente o seu campo de visão.

É só um pouquinho, você mal nota – mas já basta para evitar o enjoo (pois os seus olhos passam a ter um ponto de referência estático, um contorno parado, em volta da imagem em movimento).

Alguns games, como Horizon: Call of the Mountain, também empregam outras técnicas, como o movimento sincronizado: para andar, você mantém dois botões apertados e aí mexe os braços, como se estivesse andando mesmo. Isso tranquiliza o labirinto, pois indica ao corpo que você está se deslocando. E evita o enjoo.

Outra medida eficaz é colocar um ventilador na sua frente: a brisa fornece um sinal de movimento ao organismo. Após alguns dias fazendo isso, não tive mais nenhum enjoo – inclusive nos games que antes eram mais problemáticos.

Gran Turismo 7

Captura de tela do jogo Gran Turismo 7.

Existem outros games de corrida em realidade virtual – mas nenhum tem os gráficos e a quantidade de conteúdo de GT7. Todas as pistas e os mais de 400 carros estão disponíveis em RV. Você pode jogar usando o controle do PS5 (fica legal), mas o ideal é usar volante e pedais: testamos com um Logitech G923 (R$ 2.699 em logitechstore.com.br), com resultados sensacionais. O G29, mais acessível (R$ 1.799), também é uma boa. R$ 299,90. Nota: 9

Zombieland: Headshot Fever

Captura de tela do jogo Zombieland: Headshot Fever.

Zumbis avançam na sua direção, e você tem de atirar neles. O jogo é supersimples: você não precisa nem andar, basta apertar um botão para ir progredindo pelos cenários. Mas é divertido, com personagens engraçados e boas variações de gameplay. R$ 133,90. Nota: 7

Jurassic World Aftermath

Captura de tela do jogo Jurassic World Aftermath.

Se passa numa estação de pesquisa genética onde os dinossauros saíram do controle – e todos os funcionários fugiram, menos você. Os dinos e os cenários são desenhados no estilo cel shading, que lembra uma história em quadrinhos. R$ 159,90. Nota: 7

The Last Clockwinder

Captura de tela do jogo The Last Clockwinder.

Você instrui um batalhão de robozinhos, que copiam os seus gestos, a resolver uma série de puzzles. A apresentação visual é ótima, com gráficos bem bonitos. Mas falta um tutorial mais completo, que realmente ensine como se joga (a maioria das pessoas vai acabar desistindo). R$ 133,90. Nota: 6

Thumper

Captura de tela do jogo Thumper.

Um besouro atravessa cenários futuristas voando em altíssima velocidade, e você deve guiá-lo desviando de obstáculos. O visual é espetacular, com cenários gigantescos. A mecânica de jogo começa simples, mas vai ficando mais complexa e interessante. R$ 104,90. Nota: 9

Song in the Smoke: Rekindled

Captura de tela do jogo Song in the Smoke: Rekindled.

Você atravessa matas e cavernas catando pedras e pedaços de madeira, que usa para fazer tacapes e lanças e se defender de animais selvagens. Os gráficos são apenas ok; estão alguns degraus abaixo de games como Horizon. R$ 159,90. Nota: 6

Startenders: Bartending Intergaláctico

Captura de tela do jogo Startenders: Bartending Intergaláctico.

Você trabalha em um bar no espaço, e tem de montar os drinques pedidos pelos clientes, misturando os ingredientes com rapidez e sem errar. É meio difícil no começo, mas, depois que você pega o jeito, fica mais acessível. E bem divertido. R$ 79,90. Nota: 8

Demeo

Captura de tela do jogo Demeo.

É um RPG de tabuleiro com cartas, ao estilo Dungeons & Dragons. Vai agradar a quem gosta desse tipo de jogo. Os tabuleiros são muito elaborados, parecem maquetes 3D. Dá para jogar online com outras pessoas, mesmo se elas não tiverem um PS VR2. R$ 214,90. Nota: 7

Tetris Effect: Connected

Captura de tela do jogo Tetris Effect: Connected.

Versão em RV desse game, lançado em 2018. A mecânica de jogo é a mesma. A diferença é que, aqui, a “caixa” de Tetris aparece imersa em cenários 3D muito envolventes (as fases na Lua e embaixo do mar são especialmente impressionantes). R$ 214,90. Nota: 9

Rez Infinite

Captura de tela do jogo Rez Infinite.

Tem um modo de jogo em que você mira nos inimigos simplesmente olhando para eles (não precisa usar a alavanca do joystick). Isso é legal. Mas não o suficiente para redimir o game, que é um cult – mas tem gráficos datados e inimigos bobinhos. R$ 159,90. Nota: 6

Se você tentar rodar um game normal, que não é de RV, o headset entra no “modo cinemático”: exibe um telão virtual, de tamanho ajustável, flutuando a uns 2,5 metros de distância de você. Até que fica legal (especialmente com games de tiro). Mas óbvio que, para tirar proveito do headset, é essencial ter jogos em RV.

Dos 20 títulos que nós testamos, só três são exclusivos do PS VR2: Horizon, Gran Turismo 7 e Resident Evil Village (os dois últimos ganharam modos RV para o capacete da Sony). Os outros já existiam em outras plataformas.

Horizon, GT7 e Resident Evil têm gráficos sofisticados, que exploram bem a potência do PlayStation 5. Star Wars, Kayak VR, Moss, Thumper e No Man’s Sky também impressionam pelo visual. Os restantes são mais simples – fica evidente que se trata de conversões de jogos do Meta Quest. Mas, no conjunto, o pacote inicial de títulos é bom.

O destino do PS VR2 vai depender do que virá depois – há 100 títulos em desenvolvimento para ele, com lançamento nos próximos anos.

O headset vai precisar de blockbusters exclusivos, em que os estúdios da Sony colocam todo o seu esforço. Num primeiro momento, a empresa pode até perder dinheiro com eles, já que o desenvolvimento custa caro (e ainda não haverá usuários de PS VR2 em quantidade suficiente para que a Sony recupere o valor investido).

Estamos falando de jogos em realidade virtual de franquias como The Last of Us, Spider-Man, God of War, Uncharted. Por enquanto, nada disso foi anunciado. Títulos importantes de terceiros, como a série de tiro Battlefield e o jogo da Fórmula 1 (que desde o ano passado roda em realidade virtual, mas só no PC), da produtora Electronic Arts, também seriam vitais – mas não estão confirmados.

O futuro do headset da Sony, e da própria indústria de RV, depende deles. Tomara que aconteçam. Porque a realidade virtual eleva os games a outro patamar. Gran Turismo 7, por exemplo, é de longe a experiência mais impressionante da nova geração de consoles. Jogado com um volante, ele se torna tão envolvente que você chega a esquecer que está com o capacete de RV.

Um dia, perto do final de Horizon, o PS VR2 começou a mostrar alertas de que não estava conseguindo rastrear a sala. Ignorei até que eles ficaram críticos, a ponto de o PlayStation interromper o jogo. Deve ser um bug, pensei.

Não era. Ao tirar o headset, vi o que tinha acontecido. Já era noite, e a sala estava totalmente escura. Achei que estivesse jogando há uns 40 minutos; percebi, espantado, que havia passado as últimas quatro horas ali. Totalmente fora do mundo – e imerso, como nunca, em outra realidade.

***

Um headset de R$ 30 mil?

Isso é quanto poderá custar o Reality Pro, que estaria sendo desenvolvido pela Apple – e pode bater outro recorde além do preço.

Segundo a agência de notícias Bloomberg, que cita fontes internas da Apple, o headset de realidade virtual da empresa deverá custar US$ 3 mil – ou três vezes o preço de um iPhone 14 Pro, nos EUA. Transpondo esses valores para o Brasil, onde esse smartphone é vendido por R$ 9.499, chega–se ao (assustador) valor de R$ 28.500.

Também de acordo com a Bloomberg, o aparelho está sendo desenvolvido há mais de sete anos, e terá resolução de 4.000×2.000 pixels por olho – com um total de 16 milhões de pontos, o dobro de qualquer outro headset (veja quadro acima).

Ele supostamente poderá ser conectado sem fios a um iPhone, iPad ou Mac, e terá dois modos de operação: além de realidade virtual, também possuirá funções de realidade aumentada – em que o headset projeta informações sobre objetos reais do ambiente (como nos óculos Hololens, da Microsoft).

Sua apresentação é esperada para junho, quando a Apple realiza o WWDC (Worldwide Developers Conference, seu principal evento anual). Segundo a Bloomberg, a empresa também pretende lançar um modelo menos caro, de US$ 1.500, mas ele só ficará pronto em 2024 ou 2025.

Fonte: abril

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.