O Silicon Valley Bank (SVB), ou Banco do Vale do Silício, foi criado em 1983 para apoiar o setor tecnológico, fornecendo crédito a várias empresas dispostas a investir na área, principalmente startups. O SVB cresceu ao longo de quatro décadas, para se tornar um pilar do investimento em tecnologia, até quebrar, na sexta-feira 10.
A falência do SVB é a maior desde o colapso do sistema financeiro norte-americano em 2008, que, à época, gerou uma crise mundial, e a segunda maior de um banco na história dos Estados Unidos, em termos de ativos. O SVB tinha pouco mais de US$ 209 bilhões até o fim de 2022, o que o tornava o 16º maior banco dos EUA. A instituição do Vale do Silício possui como clientes quase metade de todas as empresas norte-americanas de tecnologia e ciências apoiadas por capital de risco.
O que aconteceu?
O SVB foi inundado de dinheiro durante o boom tecnológico na pandemia — as startups e seus investidores estavam recebendo grandes somas, o que inchou os cofres do banco. Por sua vez, a instituição usou grande parte desse dinheiro para comprar títulos do Tesouro e títulos lastreados em hipotecas.
Mas, à medida que as taxas de juros subiam, esses títulos diminuíam de valor. A taxa nos EUA passou de 0,25%, em 2020, para 4,75%, em fevereiro deste ano, para frear a inflação.
A princípio, isso não era um problema. No entanto, como o setor de tecnologia começou a desacelerar nos últimos meses, as empresas atendidas pelo SVB começaram a retirar dinheiro mais rápido do que o esperado. Além da queda nos recursos, o SVB também viu novos investimentos minguarem. Com isso, o banco foi ficando sem dinheiro.
De acordo com a imprensa norte-americana, houve uma corrida entre investidores para a retirada de dinheiro do banco, tornando o SVB praticamente insolvente no fim da semana passada.
Muitos dos depósitos do banco são grandes o suficiente para não ter a proteção do FDIC, agência federal dos EUA de garantia de depósitos bancários, limitado a US$ 250 mil.
O SVB estima que, no fim de 2022, o valor dos depósitos em suas contas que excedem o limite de seguro do FDIC foi de US$ 151 bilhões. Conforme o FDIC, os clientes terão acesso total aos seus depósitos segurados.
Muitas das empresas de tecnologia dos EUA mantinham acordos e contas no SVB. Alguns dos clientes iniciantes da empresa disseram que os termos de seus empréstimos exigiam que eles fizessem todos os seus serviços bancários no SVB, o que significa que eles não mantinham fundos em outros bancos. Ou seja, desde a falência do banco, as companhias não conseguem mais ter acesso aos fundos para pagar salários, ter caixa ou fazer novos negócios.
Fonte: revistaoeste