“Eu vou conversar com a Maysa Leão [Republicanos] e com a Michelly Alencar [União] para que possamos chamar o nosso jurídico e a Procuradoria da Casa pra saber se nós poderemos continuar [com a CPI]. Até porque a secretaria estará sob intervenção. Embora os atos que queremos investigar não sejam atos do interventor, eu quero ver a questão da legalidade. Se não pudermos seguir com ela [a CPI], nós vamos pedir ao plenário para sobrestar e suspender os prazos para continuarmos depois”, disse Demilson ao Leiagora logo após o julgamento do TJMT no fim de tarde de ontem.
Criada no final de fevereiro deste ano, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) presidida por Demilson tem como objetivo investigar os pagamentos realizados na Secretaria de Saúde e na Empresa Cuiabana de Saúde. Ela foi proposta após a deflagração da Operação Smartdog, que apura o procedimento de inexigibilidade de licitação e o contrato celebrado entre o órgão da saúde municipal e a empresa Pet Imune, com valor estimado em mais de R$ 32 milhões.
A CPI irá investigar os contratos e pagamentos feitos pela pasta e autarquia no período de 1º de janeiro 2020 a 31 de janeiro de 2023. Os membros da CPI são formados inteiramente por vereadores da oposição, tendo como relatora a vereadora Maysa Leão e como membro titular Michelly Alencar. Já os vereadores Edna Sampaio (PT), Felipe Corrêa (Cidadania) e Sargento Joelson (PSB) foram escolhidos como suplentes.
Mesmo com a possibilidade de suspender os trabalhos da CPI, Demilson afirma que não está decepcionado, mas sim satisfeito com o resultado do julgamento do TJMT.
“Os desmandos e os descaminhos tornaram-se tão grandes que é insustentável a permanência dessa situação. Esperamos que a intervenção venha buscar os resultados na ponta, qual seja, médicos, medicamentos e atendimento à população SUS e que a polícia e o Ministério Público continue a fazer seu trabalho de perseguir os malandros, estancando os atos de malandragem, cerceando essa tropa que está lá e que o governador Mauro Mendes (União tenha clemência com a população e ajude Cuiabá. A coisa não pode continuar como tá, é dinheiro pelo ralo e não tem atendimento”, afirma Demilson Nogueira.
A intervenção
No fim da tarde de ontem, o TJMT acolheu o pedido feito pelo Ministério Público do Estado para que a intervenção fosse decretada e, por 9 a 4, o Estado voltará a assumir o comando da Saúde na capital.
Devido a uma alteração feita na Constituição Estadual de Mato Grosso ainda este ano, o governador Mauro Mendes terá que encaminhar à Assembleia Legislativa o decreto de intervenção para apreciação dos deputados estaduais, que devem também discutir quem será o interventor.
Para apreciação do decreto, a ALMT deverá convocar sessão extraordinária que pode ocorrer nesta sexta ou até mesmo no fim de semana. Além de analisar o decreto de intervenção e poder fazer alterações, os deputados também vão criar uma Comissão Temporária Externa que irá acompanhar os trabalhos da intervenção.
Fonte: leiagora