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The Devil in Me encerra série de terror com ode a Jogos Mortais

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A série de jogos de terror The Dark Pictures Anthology chegará ao fim em breve — pelo menos a sua “primeira temporada”, como vem sendo chamada pela desenvolvedora, a Supermassive Games. Chamado The Devil in Me, o título está previsto para chegar em 18 de novembro para PlayStation 5, Xbox Series X, Xbox Series S e PC.

Agora, a história não se passa em um navio ou em uma cidade fantasma, mas sim em um hotel. Aliás, não haverá nada de fantasma em The Devil in Me: o inimigo é uma pessoa, bastante real. Ele estará a todo momento observando os personagens como ratos de laboratório, movimentando as peças do tabuleiro (ou melhor, os cômodos desse hotel) e obrigando-lhes a participar de testes e armadilhas mortais.

 

Game é inspirado em vários filmes — e em um assassino real

Se isso lhe pareceu uma ode a franquia de filmes Jogos Mortais, bem… é isso mesmo! Quem admitiu a referência foi o próprio diretor do jogo, Tom Heaton, em uma apresentação de trinta minutos que o Canaltech assistiu a convite da Bandai Namco. Ele também citou O Iluminado, do qual vem a sensação de claustrofobia e opressão do game, e slashers como Psicose, Halloween, e Sexta-Feira 13.

A inspiração fica evidente, principalmente, em uma cena bastante destacada no preview, em que duas personagens ficam trancafiadas, cada uma em uma câmera. O oxigênio começa a ficar escasso, e o jogador precisa escolher apenas uma delas para sobreviver. Tudo isso com uma trilha sonora clássica ao fundo, que contrasta bastante com o pavor vivido pelos personagens.

O momento lembrou bastante Until Dawn, em que precisamos salvar Josh ou Ashley de uma serra circular. Relembre:

 

Mas também há outra referência bastante singular: H. H. Holmes, o primeiro serial killer dos Estados Unidos. Ele usava seu próprio hotel em Chicago, no século XIX, para assassinar suas vítimas. Durante seu julgamento, ele admitiu ter matado 27 pessoas, mas especula-se que o número pode ser muito maior.

Na ocasião, ele disse ao juiz:

“Nasci com o diabo em mim. Eu não conseguiria escapar da sina de ser um assassino, assim como o poeta não poderia escapar da inspiração para cantar.”

É desta frase que vem o nome do novo capítulo da antologia: “o diabo em mim”, em português. Apesar de H. H. Holmes não ser o grande vilão da trama — afinal, já se passaram centenas de anos —, ele é um personagem crucial para entender a história e o ambiente do novo game.

A réplica perfeita de um hotel horrível

A trama acompanha um grupo de videomakers que estão produzindo uma série documental sobre serial killers. O último episódio do projeto será sobre H. H. Holmes, o homem do qual falamos acima. Mas há um problema: eles não têm tempo nem dinheiro, e este último episódio será crucial para que o programa seja renovado para uma segunda temporada.

Por sorte (ou não), eles recebem uma ligação inesperada de um arquiteto e colecionador que lhes oferece uma sugestão de pauta. Ele herdou um antigo hotel de um parente entusiasta de serial killers (sim, é um hobbie bastante estranho). O detalhe é que muitos quartos do local são reproduções precisas do hotel de H. H. Holmes — o que é uma enorme surpresa, visto que a fachada do local era bastante conhecida, mas o interior ainda é um mistério.

A equipe decide visitar o local para gravar o documentário, mas com uma condição: entregar seus celulares ao anfitrião por motivos de segurança. Assim que eles chegam ao local, tudo começa a dar errado: eles se separam, as luzes começam a piscar, portas secretas começam a aparecer e tudo aquilo mais que podemos esperar de uma história de terror.

O lado bom? Sim, o hotel onde a equipe está é, sim, uma recriação bastante precisa do hotel de H. H. Holmes. O lado ruim? Eles estão presos lá.

Quem são os personagens de The Devil In Me

Mas, afinal, quem são os personagens desta história?

  • Charlie Lonnit: o diretor do programa, difícil de lidar e mal-humorado;
  • Kate Wilder: a apresentadora do programa, introvertida e determinada;
  • Mark Nestor: o cinegrafista, ex-namorado de Kate;
  • Jamie Tiergan: a produtora responsável pelos equipamentos, sarcástica;
  • Erin Keenan: a estagiária, apaixonada pelo audiovisual que sofre de asma.

Cada personagem tem uma personalidade e temperamento diferente. No entanto, uma característica é comum a todos: qualquer um pode morrer, e isso é decidido através das escolhas feitas pelo jogador.

Último jogo da temporada conta com melhorias no gameplay

 

The Devil in Me vai contar com algumas novidades no gameplay que irão melhorar a exploração dos cenários. A mais impactante de todas é a possibilidade de correr, o que deixa a exploração muito mais ágil. Também será possível se esgueirar em locais apertados e saltar sobre buracos pelo caminho.

Outra novidade importante é um inventário, que fica sempre visível na HUD (as informações que aparecem na tela do jogador). É possível equipar quatro itens diferentes e alterná-los com os botões direcionais do controle. Um destes itens é específico de cada personagem, e está sempre à disposição:

  • Charlie, o diretor do programa, leva um cartão corporativo que lhe permite destrancar gavetas;
  • a apresentadora Kate tem uma caneta que revela palavras escondidas em papéis;
  • Mark, o cinegrafista, obviamente carrega uma câmera;
  • a produtora Jamie leva um multímetro capaz de consertar circuitos eletrônicos;
  • por fim, a estagiária Erin tem um microfone direcional, útil para ouvir atrás das paredes.

A apresentação que assistimos também deu a impressão de que há muito mais verticalidade nos cenários: os personagens podem subir (ou descer) escadas para chegar a outros lugares. Os corredores também são repletos de objetos maiores, como armários, os quais obrigam o jogador a saltar sobre eles ou empurrá-los.

The Devil in Me tem a responsabilidade de encerrar a antologia

Quem jogou a antologia sabe que ela é repleta de altos e baixos; o único que se salva é House of Ashes, que entrega personagens bem construídos, bom gameplay e uma história que permanece interessante até o fim. The Devil in Me parece que continuará o bom momento da antologia, e encerrá-la com chave de ouro.

O jogo, inclusive, será mais longo que o habitual: enquanto os anteriores podiam ser completados entre quatro e cinco horas de gameplay, The Devil in Me terá cerca de sete horas de duração.

Resta saber se todas essas novidades se sustentarão no projeto final. As expectativas são altas; afinal, este será o encerramento da primeira temporada da série. Caso o jogo seja, no mínimo, próximo a House of Ashes, já ficaremos satisfeitos. É claro que o nosso desejo é um jogo melhor ainda que Until Dawn, mas isso ainda parece um sonho impossível — pelo menos por enquanto?

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