O CEO da DC Studios, James Gunn, já citou a série animada da Liga da Justiça como uma das inspirações para o seu universo DC, e há diversas maneiras em que o Universo Animado DC, de Bruce Timm, pode servir como referência para o trabalho de Gunn.
Confira abaixo 5 lições que a DC Studios pode aprender com o DCAU de Bruce Timm:
5 – O DCAU mostrou histórias solo de Batman e Superman antes de qualquer crossover
Apesar de ter se tornado um universo compartilhado com o tempo, o DCAU apresentou histórias solo de seus principais heróis, antes de pensar em reuní-los. Na verdade, foi somente após as primeiras temporadas Batman: A Série Animada que uma ideia de universo compartilhado surgiu, com Superman: A Série Animada, e as outras animações que vieram posteriormente.
Os fãs puderam acompanhar várias aventuras solo do Batman e do Superman, resolvendo seus problemas, e interagindo com os personagens de suas cidades, antes juntar os heróis em aventuras maiores.
Quando o arco dos Melhores do Mundo foi introduzido, em Superman: A Série Animada, algumas das melhores histórias dos heróis já haviam sido adaptadas, e essa é uma lição importante para a DC Studios.
Por mais emocionantes que sejam os crossovers e a interconectividade, eles só funcionam quando há uma base sólida. Considerando que nenhum projeto da Liga da Justiça foi anunciado ainda no DCU, esta nova franquia tem a chance de passar um tempo com Batman, Superman e outros heróis antes de um eventual evento de crossover.
4 – O DCAU pulou as histórias de origem dos heróis da Liga da Justiça
O Universo Animado da DC não se alongou com as histórias de origem do Batman, e dos principais heróis da Liga da Justiça. A única exceção foi o Superman, mas mesmo assim Clark já estava em seu tradicional uniforme no final do primeiro episódio de Superman: A Série Animada.
Apesar de apresentar dezenas de personagens da DC – desde os super-heróis mais populares da Liga da Justiça até nomes que nunca haviam aparecido nas telas anteriormente, como o Gladiador Dourado – o DCAU nunca se preocupou em contar uma longa história de origem de vários episódios para os super-heróis de Liga da Justiça e Liga da Justiça Sem Limites. Em vez disso, o DCAU apresentou ao público um mundo onde a maioria dos super-heróis já existia, o que permitiu contar histórias maiores e mais emocionantes de imediato.
James Gunn já deu indícios de que pretende seguir o mesmo caminho, com os anúncios dos projetos planejados para o início do DCU, principalmente quando consideramos que o filme do Batman, The Brave and the Bold, mostrará um Bruce Wayne já mais experiente.
3 – O DCAU teve vários crossovers (antes e depois da Liga da Justiça)
O DCAU se concentrou primeiro nas histórias solo, mas também aproveitou ao máximo seu universo compartilhado. Por exemplo, Batman às vezes encontrava outros personagens da DC como Zatanna e Etrigan, que seriam revisitados mais tarde em Liga da Justiça Sem Limites.
O mesmo se aplica ao Superman, que se uniu a heróis como Flash, a Supergirl, Aço, o Lanterna Verde Kyle Rayner e o Doutor Destino anos antes de formar a Liga da Justiça. Isso sem falar nos dois crossovers de Batman e Superman, que ocorreram em Superman: A Série Animada.
Depois da Liga da Justiça, que por si só foi um crossover, essas equipes continuaram em outros programas como Super Choque e Projeto Zeta.
Um dos maiores problemas com o DCEU foi como, após o fracasso da Liga da Justiça (2017), os crossovers se tornaram raros. Por exemplo, Shazam! teve a infame participação especial do Super-Homem sem cabeça; Aves de Rapina apenas mostrou o Coringa por alto e estabeleceu que Batman estava desaparecido; e a participação especial da Liga da Justiça em Pacificador foi limitada apenas a Aquaman e Flash.
Para aproveitar ao máximo a tradição da DC, o novo DCU deve destacar que esses heróis existem no mesmo universo e podem se unir a qualquer momento. Mais do que um truque de participação especial, a interconectividade ajuda a traduzir o Universo DC das páginas dos quadrinhos para a tela, como o DCAU fez com maestria.
2 – O DCAU não tinha um único tom
O tom semelhante em todos os filmes de super-herói tem sido uma crítica que acompanha o gênero cinematográfico há algum tempo. No entanto, nunca houve um tom único entre as séries animadas, e nem mesmo entre os episódios do DCAU.
Apesar de uma equipe criativa recorrente em todos os projetos, Batman: A Série Animada era completamente diferente de Superman: A Série Animada. Da mesma forma, as aventuras maiores vividas pela Liga da Justiça eram bem diferentes das histórias mais intimistas de Super Choque.
Essencialmente, as séries animadas da DC pareciam fazer parte do mesmo universo, ao mesmo tempo em que tinham sua própria identidade, algo que o Universo DC também deveria tentar fazer.
1 – A Liga da Justiça do DCAU foi o caminho natural das séries solo
Tanto a Liga da Justiça quanto a Liga da Justiça Sem Limites construíram bem a sensação de continuidade em relação às séries solo do DCAU, não apenas por que reuniram Batman e Superman aos diversos heróis da DC, mas também por continuar tematicamente as histórias apresentadas anteriormente.
Por exemplo, Darkseid, o vilão final de Liga da Justiça Sem Limites foi apresentado na 2ª temporada de Superman: A Série Animada. Da mesma forma, o enredo do Projeto Cadmus foi apresentado na série do Superman, introduzindo a Supergirl ao DCAU
Até os planos de Lex Luthor em Liga da Justiça quanto a Liga da Justiça Sem Limites pareciam uma continuação de sua história em Superman: A Série Animada. De pequenas participações especiais aos grandes arcos, a Liga da Justiça foi o ponto culminante do DCAU.
Independentemente de como o novo universo DC se desenvolva, é importante que James Gunn tenha em mente que uma história grandiosa, envolvendo a Liga deve ser o ponto culminante de todo esse universo.
Isso é algo que Liga da Justiça (2017) não conseguiu, pois foi apenas o quinto filme do DCEU, lançado apenas um ano depois que Batman, Superman e Mulher-Maravilha se conheceram em Batman vs Superman: A Origem da Justiça.
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James Gunn e Peter Safran assinaram até 2026 e ficarão responsáveis por supervisionar os esforços de cinema, TV e animação na divisão recém-formada da Warner Bros. Pictures, que substituirá a DC Films.
O cineasta se concentrará no lado criativo, enquanto o produtor ficará responsável pela área de negociações comerciais.
Sabemos que a DC Studios atuará de forma independente, semelhante à Marvel Studios na Walt Disney Company.
Os dois se reportarão diretamente a David Zaslav, CEO da Warner Bros. Discovery, em estreita colaboração com De Luca e a outra chefe cinematográfica da companhia, Pamela Abdy.
Fonte: terra gameon