De acordo com os dados alfandegários russos divulgados em 4 de fevereiro pelo The Wall Street Journal, as empresas de defesa da China têm “enviado equipamentos de navegação, tecnologia de interferência e peças de caças a jato para o governo russo”. Isso teria interferido no conflito com a Ucrânia.
Embora exista um acordo internacional de sanções e controles de importação, foram encontradas dezenas de milhares de remessas de bens de uso duplo — produtos com aplicações comerciais e militares — que a Rússia importou depois da invasão que teve início em fevereiro de 2022.
O The Wall Street Journal analisou 84 mil remessas registradas pela alfândega da Rússia desde que o Ocidente impôs sanções econômicas ao Kremlin, especialmente em mercadorias críticas para as Forças Armadas daquele país.
Entretanto, a Rússia tem capacidade de produzir internamente grande parte de suas necessidades militares básicas. Ela depende apenas das importações de tecnologia de uso duplo, como chips.
O relatório citou um analista da organização não governamental C4ADS, voltada para o combate de redes criminosas que ameaçam seguranças globais, que mostrou que “as empresas de defesa estatais chinesas continuam a enviar peças de aplicação militar para empresas de defesa russas sancionadas”.
A ONG esclarece que as empresas russas foram flagradas usando esses mesmos tipos de peças na guerra da Rússia na Ucrânia. Liu Pengyu, porta-voz da Embaixada da China em Washington, negou que “a China forneça ‘ajuda’ à Rússia”. “A alegação de que a China fornece ‘ajuda’ à Rússia não tem base factual, mas é puramente especulativa e deliberadamente exagerada”, afirmou.
Fonte: revistaoeste