Os estudos de novos remédios usam a técnica “duplo-cego”: metade dos voluntários recebe o medicamento real e a outra metade toma placebo, sem que eles saibam quem está tomando o quê. Mas os placebos podem “funcionar” mesmo se forem desmascarados.
Foi o que constatou uma experiência (1) da Universidade de Basiléia, na Suíça, com 112 voluntários. Primeiro, os cientistas aplicaram dois testes para medir o nível de ansiedade e vergonha das pessoas.
Depois pediram que elas escrevessem um texto sobre uma situação em que fizeram algo mau – o objetivo disso era, justamente, induzir e vergonha.
Em seguida, os indivíduos foram separados em três grupos. O primeiro tomou um falso calmante. O segundo foi informado de que estava recebendo placebo, e o terceiro não tomou nada. Os cientistas aplicaram novamente os testes. Quem tomou o calmante fake ficou mais calmo. Normal.
A surpresa: quem sabia que estava ingerindo placebo também se acalmou (comparando com o terceiro grupo, que não tomou nada). O placebo desmascarado fez 50% do efeito do placebo secreto.
Fonte 1. Deceptive and open-label placebo effects in experimentally induced guilt. D Sezer e outros, 2022.
Fonte: abril