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O drama depois de um dos maiores desastres ambientais dos EUA

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Os moradores da cidade de East Palestine, no Estado norte-americano de Ohio, vivem um drama semanas depois de um dos maiores desastres ambientais da história do país. No dia 3 de fevereiro, houve um descarrilamento de 50 vagões e pelo menos 10 deles estavam carregados com um produto altamente inflamável, tóxico e cancerígeno — o cloreto de vinila. O derramamento foi seguido de uma explosão, que assustou a população local. O produto é usado na fabricação de plástico PVC e artefatos de vinil.

Agora, a população da região sofre de intoxicação e relata a morte de animais domésticos. Enquanto isso, para preservar o governo Joe Biden, as autoridades dizem que a qualidade do ar está boa e os moradores estão seguros ao retornar para casa.

Três dias depois do acidente, a responsável pela ferrovia, Norfolk Southern Railroad, e técnicos ambientais fizeram a drenagem do produto e a “queima controlada” do excedente.  Toda a região foi evacuada. Uma nuvem de fumaça preta foi vista a quilômetros de distância e um cheiro forte e nauseante foi sentido num raio de pelo menos 1,5 quilômetro, segundo relatos dos moradores reproduzidos pela imprensa.

Entre 8 e 9 de fevereiro, os moradores foram autorizados a retornar a suas casas. Porém, os moradores disseram sentir náuseas, falta de ar, tontura e dores de cabeça e também relataram a morte de animais. Vídeos e fotografias de peixes, galinhas e animais domésticos mortos foram postadas nas redes sociais. Neste vídeo, uma moradora mostra que as aves domésticas morreram depois do acidente.

O Departamento de Recursos Naturais de Ohio confirmou a morte 3,5 mil peixes de 12 espécies diferentes em riachos ao sul de East Palestine. Nestas imagens, os técnicos recolhem peixes mortos.

A morte de outros animais em decorrência do desastre não foi confirmada pelas autoridades, apesar dos vídeos e dos relatos dos moradores.

Uma comissão de técnicos da Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency – EPA) dos Estados Unidos visitou cerca de 400 residências da região para analisar a qualidade do ar e informou que até agora não foram detectados níveis tóxicos do ar. O monitoramento do ar será feito em outras residências da região.

Embora o ar aparentemente esteja próprio, a qualidade da água é preocupante e as autoridades recomendaram que as pessoas não usem a água encanada, mas água engarrafada. Nesta semana, a EPA encontrou vestígios de produtos químicos em amostras de água próximas, incluindo o Rio Ohio. Segundo comunicado da EPA, essas águas contaminadas entraram em bueiros.

Na quarta-feira 15, a EPA de Ohio garantiu aos moradores que os poços que alimentam os sistemas de água locais foram testados como livres de produtos químicos do descarrilamento e que o abastecimento de água municipal era seguro para beber. Mesmo com a garantia da EPA, até mesmo o governo de Ohio, Mike DeWine, recomendou, na quarta-feira 15, que os moradores continuem a consumir água engarrafada, por precaução.

A causa exata do descarrilamento ainda não foi determinada pelo US National Transportation Safety Board (Agência Nacional de Transporte), mas eles disseram que pode estar relacionado a um problema mecânico em um dos eixos do carro.

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Local Do Desastre. Fotografia De 5 De Fevereiro | Foto: Reprodução/Ntsb

Organizações querem decretação de estado de emergência

Como os moradores continuam relatando sintomas de intoxicação e morte de animais, organizações ambientais estão pressionando os governos de Ohio e dos Estados Unidos a adotar medidas mais efetivas. De acordo com a Earthjustice, uma organização norte-americana sem fins lucrativos de direito ambiental, é fundamental que o declare estado de emergência e solicite formalmente ao presidente Joe Biden ajuda da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA) para prestar auxílio imediato aos afetados pelo desastre.

“Quando fontes de água importantes como esta são contaminadas por derramamentos causados ​​pela ganância corporativa e falta de regulamentos de proteção, os impactos reverberam rio abaixo e prejudicam as comunidades por anos — vimos isso repetidas vezes”, disse o conselheiro legislativo da Earthjustice, Julian Gonzalez.

Enquanto esperam providências do governo, moradores da região já contrataram advogados e protocolaram pelo menos quatro ações coletivas contra a ferrovia Norfolk Southern, alegando que eles foram expostos a substâncias tóxicas e sofreram “severo sofrimento emocional” como resultado do descarrilamento.

“Muitos de nossos clientes estão realmente considerando possivelmente se mudar da área”, disse Hunter Miller, um advogado que representa os moradores. “Este deveria ser seu porto seguro, seu lugar feliz, sua casa. E agora eles sentem que sua casa foi invadida, que não têm mais tanta certeza de que este é um porto seguro”, afirmou Miller, à BBC.

Fonte: revistaoeste

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