O requerimento feito por Lúdio partiu devido à informação de que o governo iria suspender o repasse dos descontos sindicais às entidades representativas do servidor. O assunto rendeu debate entre os parlamentares, tendo, inclusive, o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (União), se posicionado contrário à decisão do Estado.
“Eu particularmente tenho posição contrária ao que o secretário Basílio quer fazer, tem que discutir. O Estado recebe e é grande o prejuízo para os sindicatos, querer enfraquecer sindicato não é caminho bom para ninguém. É importante que os sindicatos participem de todas as discussões”, afirmou Botelho.
O posicionamento do parlamentar foi reforçado pela deputada Janaina Riva (MDB) que disse que colocou os sindicatos como “importantíssimos” e que acabar com as entidades sindicais é prejudicial à democracia. “Não vamos aceitar perseguição aos sindicatos. Não pode, a bel prazer do gestor, fazer qualquer ato que tenha o intuito de representar contra aqueles que são escolhidos para falar de uma classe, seja servidor, professor, advogado, OAB, Aprosoja. A Assembleia não pode aceitar isso, todos têm que ter voz”, afirmou.
O líder do governo, Dilmar Dal Bosco (União), tentou amenizar a situação e alegou que Brasílio estaria cumprindo uma orientação da Controladoria Geral do Estado (CGE). Por isso, inclusive, o controlador Paulo Farias Nazareth Netto também foi chamado para ir à Assembleia.
No entanto, a justificativa não serviu para acalmar os ânimos. O deputado Paulo Araújo criticou Basílio e o acusou de organizar um “motim contra servidores públicos”. Ele disse ainda que o secretário se afastou dos servidores e toma decisões sem diálogo, influenciando a decisão do governador Mauro Mendes.
“Ele foi um dos secretários que mantinham posição contra a isenção dos aposentados e pensionistas e ele é servidor público do Estado, mas acha que com essa posição ele consegue fazer gracinha em cima dos servidores. Defendo que ele seja convocado, porque ninguém consegue falar com ele. Ele precisa vir aqui e a AL precisa ser o juiz desse processo”, declarou na bronca.
Outros parlamentares que aproveitaram para criticar a postura de Basílio foram Thiago Silva (MDB) e Elizeu Nascimento (PL), que também são servidores do Estado. Ambos reclamaram da falta de respostas por parte do gestor.
Único deputado que tentou relativizar o assunto foi Gilberto Cattani (PL), que apesar de defender a organização da sociedade civil, por meio de sindicatos e associações, alegou que ninguém pode ser obrigado a se filiar e que existem reclamações de pessoas que, inclusive, haveria servidores que teriam morrido, mas que seguiriam tendo desconto sindical em folha que estaria sendo paga.
Fonte: leiagora