“Cortina de Fumaça”. Foi assim que o senador e candidato à reeleição Wellington Fagundes (PL) definiu a divulgação do depoimento do empresário Pierre François Amaral de Moraes que o acusa de receber propina do ex-governador Silval Barbosa, durante a campanha em 2014. O documento foi exposto por Neri Geller (PP), logo depois de ser cassado do seu mandato de deputado federal. Ele é atualmente o principal rival de Fagundes na corrida para buscar uma cadeira em Brasília (DF).
“Isso não passa de uma cortina de fumaça. Ele tem que falar com o Ludio Cabral, que é da coligação dele e está na mesma situação. Acho que isso deve até causar algum incomodo muito grande dentro do grupo”, destacou Fagundes.
Lúdio Cabral também entrou no bolo da bomba jogada por Neri na última quarta-feira (24). Na eleição de 2014, Lúdio disputou o governo na chapa que tinha Wellington Fagundes ao Senado. Na declaração, Pierre diz que intermediou a conversa entre Wellington e o então governador Silval Barbosa, e que teria “repassado” o valor de R$ 1,5 milhão de propina da empresa Planserv, sendo R$ 1 milhão para a campanha de Wellington ao Senado Federal e R$ 500 mil para a campanha ao Governo do Estado de Lúdio Cabral. Metade do dinheiro de Wellington teria sido entregue a seu filho em uma caixa de vinho.
Fagundes ainda confirmou conhecer o empresário, mas não entende porque ele deu estas declarações e levantou dúvidas sobre o instituto jurídico da delação.
O depoimento de Pierre não se trata de delação premiada, mas de um interrogatório junto à Delegacia Especializada de Crimes Fazendários, realizado em 2018, quatro anos após o suposto crime.
“Eu vou continuar falando do meu trabalho, não sou um político de briga e até acho que talvez ele esteja em um momento emocional delicado, porque deve ser muito difícil pra ele enfrentar essa situação”, finalizou Fagundes.
