Segundo Berwanger, o desempenho comprometeu a rentabilidade diante dos elevados investimentos. Para tentar equilibrar o caixa, ele decidiu esperar preços melhores que os atuais.
“Assim, você tem um valor agregado na saca um pouco melhor, para tentar recuperar aquele prejuízo por não ter colhido a produtividade esperada”, diz.
Aposta na reação dos preços do milho
Em meio às oscilações dos preços, aqueles que não venderam milho quando o grão estava mais valorizado – e têm condições de manter a produção armazenada – ainda apostam em uma reação do mercado. A estratégia é esperar esse momento para garantir bons negócios.
Para o agricultor Jorge Schinoca, se o mercado continuar do jeito que está, será impossível fechar as contas. “Estou na esperança que no último trimestre por exemplo tenha um pouco de procura do milho, já deu uma escoada boa”, comenta.
A decisão também leva em conta os dois anos consecutivos de produtividades baixas nos milharais cultivados na fazenda. O produtor já chegou a vender milho a R$ 40, pagando washout de R$ 83 por não ter colhido o suficiente para pagar o contrato.
Milho em Mato Grosso
Em Mato Grosso, pouco mais de 68% do milho colhido nesta safra foram comercializados, até agora. O volume é inferior à média histórica para o período, que é de quase 81%, segundo os dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Cadore, reforçou que, em algumas regiões do estado, houve quebras significativas por causa da falta de chuvas. Diante da instabilidade climática, muitos agricultores decidiram frear as vendas.
“O produtor vem aí escaldado de washouts. Por isso ele segurou a comercialização em função da incerteza se iria ter o produto ou não, então se não se pega um preço aí que viabilize refazer as contas para o próximo ano, o produtor tende a segurar”, afirma.