Alexander Dugin, filósofo russo e aliado próximo de Vladimir Putin, disse que sua filha Darya Dugina morreu por seu país, enquanto fazia um discurso emocionado no serviço memorial de Dugina em Moscou nesta terça-feira (23).
“Ela morreu por nossa vitória, nossa vitória russa, pelo bem da ortodoxia de nosso país, nosso estado”, disse ele.
Dugina, editora de um site russo de desinformação, foi morta por um carro-bomba nos arredores de Moscou no sábado (20).
Entre no grupo do MidiaNews no Telegram e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
“Desde a infância, suas primeiras palavras, que naturalmente ensinamos a ela, foram Rússia: nosso estado, nosso povo, nosso império”, disse Dugin no memorial de sua filha.
“Ela não teve medo, e a última coisa que ela disse, quando conversamos no Festival da Tradição, ela me disse: ‘Pai, eu me sinto uma guerreira, me sinto uma heroína. Não quero outro destino. Quero estar com meu povo, com meu país’”, disse Dugin.
“Na minha última palestra, estávamos um ao lado do outro e eu disse a ela que nossa história é uma batalha constante de luz e escuridão. Deus e seu adversário, e que estamos agora nesta nossa situação política e nossa guerra na Ucrânia, mas não com a Ucrânia. Isso também faz parte desta guerra: luz e escuridão”, acrescentou.
Dugin disse que “poderia sentir como ela estava feliz” depois que a Federação Russa concedeu a Dugina uma ordem póstuma de coragem em um decreto assinado por Putin na segunda-feira (22).
O presidente russo enviou suas condolências à família de Dugina na segunda-feira.
“Um crime vil e cruel interrompeu a vida de Darya Dugina, uma pessoa brilhante e talentosa com um verdadeiro coração russo – gentil, amorosa, simpática e aberta. Jornalista, cientista, filósofa, correspondente de guerra, ela serviu honestamente ao povo, a Pátria, ela provou por atos o que significa ser um patriota da Rússia”, disse Putin em comunicado publicado no canal do Telegram do Kremlin.
Denis Pushilin, chefe da República Popular de Donetsk, também estendeu suas condolências e elogiou o apoio de Dugina à região de Donbass, dizendo que ela “veio sem medo às cidades em chamas da república para dizer ao mundo a verdade sobre o que está acontecendo em nosso país”.
A Rússia culpou os serviços especiais ucranianos pelo assassinato de Dugina, informou a TASS na segunda-feira.
A Ucrânia negou qualquer envolvimento no assassinato de Dugina, chamando as alegações do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) de ficção.