O deputado estadual Wilson Santos (PSD) continua a lutar pela derrubada do veto ao Projeto de lei 957/2019, de sua autoria, que proíbe a construção de hidrelétricas no Rio Cuiabá. O texto acabou sendo vetado integralmente pelo governador Mauro Mendes (União). O parlamentar, desde então, tem buscado apoio da sociedade e dos seus colegas de Assembleia Legislativa (ALMT) para fazer valer o que já havia sido aprovado na Casa de Leis.
Para Wilson Santos, a construção destas usinas trará inúmeros prejuízos ambientais, entre eles a diminuição de peixes nativos no Rio Cuiabá e no Pantanal mato-grossense.
“As usinas terão seis grandes barragens e as chamadas escadarias para que os peixes consigam ultrapassá-las e fazer a desova durante a Piracema. Já está mais que provado pela ciência que em Mato Grosso os peixes têm muitas dificuldades para transpor estas construções. Os que conseguem subir não fazem o caminho de volta, o que provocará a extinção de espécies nativas”, explicou.
Mais de 50 entidades da sociedade civil organizada, ONGs voltadas à preservação ambiental, universidades, empresários e artistas já se colocaram contra o veto do governador Mauro Mendes ao Projeto de Lei 975/2019. Inclusive, entidades emitiram uma carta aberta em favor do projeto publicada maciçamente pela mídia.
O deputado Wilson Santos conseguiu colher cinco mil assinaturas de pessoas que apoiam a derrubada do veto. A ideia de Wilson Santos é apresentar aos deputados o documento antes da sessão de quarta-feira (24), que analisará o veto.
“Usinas refreiam o curso do rio, provocam assoreamento e desmoronamento de barreiras, piorando a qualidade da água; causam a extinção espécies de peixes, destruição da vegetação natural e tornam o ambiente propício à transmissão de doenças como malária e esquistossomose. Que benefícios elas podem trazer?”, indagou o deputado Wilson Santos.
Este, inclusive, tem sido o mote de campanha de Wilson Santos, que tenta se reeleger. Ele fez o lançamento dela justamente na beira do Rio Cuiabá, onde ressaltou a importância deste tema para toda a sociedade.
“Mais de 60% da energia produzida no Manso é colocada no Sistema Nacional para abastecer outros estados. Se queremos mais energia, que surjam investimentos em energia limpa, energia solar. Mato Grosso é rico neste recurso natural. Esse é o futuro”, pontuou.
Na atual conjuntura, acredita-se que o veto deverá ser derrubado pelos parlamentares. Porém, o Wilson ainda destaca que é muito importante que a sociedade vá até a Casa de Leis na quarta-feira para pressionar os deputados e também evitar que eles mudem de ideia.