O Índice de Preços ao Produtor, que mede a variação dos custos da indústria, caiu pelo quarto mês seguido em dezembro. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados nesta quarta-feira, 1º. O indicador fechou com queda de 1,29% sobre novembro.
Na comparação com 12 meses anteriores, os indicadores fecharam com alta de 3,13% em dezembro — o melhor resultado em sete anos. Para igual intervalo, em dezembro de 2020 e 2021 (anos marcados pelas restrições impostas em razão da pandemia), a variação fechou em alta de quase 20% e 30%, respectivamente.
Felipe Câmara, gerente da pesquisa do IBGE, afirmou que a queda do mês passado “consolida a trajetória deflacionária da indústria iniciada no segundo semestre”. Julho foi o primeiro mês com a limitação da cobrança do ICMS sobre os combustíveis, os transportes e a energia — projeto encabeçado pelo presidente Jair Bolsonaro e a equipe econômica de seu governo.
O pesquisador cita a baixa das commodities no mercado internacional para a redução. “Barril de petróleo, minério de ferro e insumos fertilizantes são alguns dos produtos de destaque nesse sentido”, disse Câmara. “A redução do preço do óleo bruto, acompanhando os preços internacionais, além de exercer impacto direto sobre o resultado das indústrias extrativas, naturalmente provoca uma redução de custos ao longo da sua cadeia derivada, como o refino e os outros produtos químicos, com reflexo no preço final praticado nesses setores.”
Preços da indústria de alimentos em dezembro
Os preços da indústria de alimentos, contudo, ainda tiveram aumento em dezembro. Classificada pelo IBGE como “ligeira alta”, essa variação, porém, está associada a aumentos de preço pontuais, informa o instituto.
“Produtos com influência grande no resultado do setor, como carne bovina e leite, mantiveram a dinâmica de meses anteriores, com os preços em viés de baixa em face da maior oferta nesta época do ano”, explicou Câmara. Ele registra ainda que essa tendência foi “superada por aumentos como o do açúcar cristal, provocado por uma expansão lenta da oferta nacional, ou do farelo de soja, que acompanhou a alta corrente do mercado internacional”.
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Fonte: revistaoeste