Um casal de influencers foi condenado a mais de dez anos de prisão, na terça-feira 31, no Irã. O motivo: eles gravaram um vídeo dançando em um dos principais monumentos históricos de Teerã, capital iraniana. Na dança romântica, em frente à Torre Azadi (liberdade, na tradução do persa), a mulher não usava o véu islâmico hijab, o que é uma ofensa às leis islâmicas.
Amir Mohammad Ahmadi, 22 anos, e sua noiva, Astiyazh Haghighi, 21 anos, foram presos em novembro, quando o vídeo, compartilhado milhões de vezes em redes sociais, foi considerado criminoso pelo regime autoritário iraniano.
🔴 Um casal foi condenado a mais de 10 anos de prisão pela justiça do Irã após compartilhar um vídeo dançando em público. As autoridades do país acusam os jovens de “incentivar a corrupção e a prostituição pública”, bem como de “perturbar a segurança nacional”. pic.twitter.com/aAi2rddkZJ
— Mundo News (@Mundo__News) February 1, 2023
A gravação foi feita como parte dos protestos que tomaram conta do país desde meados de setembro, quando uma mulher curda, Mahsa Amini, 22 anos, foi presa por não usar o hijab. Três dias depois, em 16 de setembro, ela morreu na prisão.
O casal de influencers, bastante popular no Instagram, foi condenado por “encorajar a corrupção e a prostituição pública”, além de “reunião com intenção de perturbar a segurança nacional”.
Segundo a Agência de Notícias dos Ativistas dos Direitos Humanos (Hrana), com sede nos Estados Unidos, um tribunal de Teerã impôs a Ahmadi e Astiyazh penas de dez anos e seis meses de prisão, além da proibição de usarem a internet e de deixarem o país.
A Hrana informou que fontes próximas às famílias do casal disseram que os dois não tiveram direito a advogados durante os procedimentos na Corte, e que seus pedidos para pagar fiança foram negados.
Desde setembro, as autoridades iranianas têm reprimido com brutalidade diversas formas de dissidência. Mais de 400 mortes já teriam ocorrido, segundo ONGs de direitos humanos. Além disso, mais de 14 mil pessoas foram presas e mais de uma dezena foi condenada à morte. Três já foram executados.
Fonte: revistaoeste
