O presidente da , , disse no domingo 29 que Ancara poderia aceitar a na Organização do Tratado do Atlântico Norte () sem sua vizinha nórdica, a .
Erdogan fez os comentários durante uma reunião televisionada com eleitores jovens, dias depois que Ancara suspendeu as negociações de adesão à Otan com os dois países. Sua decisão ameaça inviabilizar a expansão da aliança militar para 32 países, em uma cúpula planejada para julho na capital lituana, Vilnius.
A Finlândia e a Suécia abandonaram décadas de não-alinhamento militar e pediram para ingressar na aliança ocidental em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia.
A Turquia e a continuam sendo os únicos membros a bloquear as duas adesões, por insuficiência de votos no parlamento.
Tudo indica que o Legislativo húngaro deve aprovar ambas as propostas em fevereiro, mas . O pano de fundo é uma acirrada campanha eleitoral na Turquia, cujo pleito presidencial está marcado para 14 de maio, na qual o atual líder tenta reeleição energizando sua base de apoio conservadora e nacionalista.
O principal entrave do líder turco está ligado à recusa da Suécia em extraditar dezenas de curdos, que Ancara diz serem militantes foragidos após uma tentativa fracassada de golpe em 2016. Estocolmo tem uma diáspora curda maior que Helsinque, bem como uma disputa mais séria com Ancara – e no domingo, pela primeira vez, Erdogan fez uma distinção clara entre as candidaturas da Suécia e Finlândia.
“Se necessário, podemos dar uma resposta diferente em relação à Finlândia. A Suécia ficará chocada quando dermos uma resposta diferente para a Finlândia”, disse.
Ele também repetiu sua exigência para que a Suécia entregue os suspeitos procurados por Ancara.
“Se realmente deseja se juntar à Otan, [a Suécia] devolverá esses terroristas para nós”, declarou.
Ambos os países têm tentado quebrar a resistência de Erdogan por meio de meses de negociações delicadas. A Suécia aprovou uma emenda constitucional para promulgar leis antiterrorismo mais rígidas, exigidas pela Turquia, e ambas as nações suspenderam as proibições de vendas militares a Ancara, impostas após sua incursão militar na Síria, em 2019.
Ainda assim, o governo turco reagiu mal a uma manifestação em Estocolmo no início de janeiro, na qual um extremista de direita queimou uma cópia do Alcorão do lado de fora da embaixada da Turquia. Antes disso, um promotor sueco também decidiu não prestar queixa contra um grupo de apoio à comunidade curda, que pendurou uma efígie de Erdogan pelos tornozelos do lado de fora do Tribunal da Cidade de Estocolmo.
A Suécia condenou os protestos, mas defenderam a liberdade de expressão no país.
Na semana passada, autoridades finlandesas insinuaram pela primeira vez que o impasse entre Ancara e Estocolmo poderia forçar o país a aderir à Otan sem a Suécia.
“Temos que avaliar a situação, se algo aconteceu que, a longo prazo, impediria a Suécia de seguir em frente”, disse o ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto, na terça-feira passada. Mas Haavisto também enfatizou que uma adesão conjunta continua sendo a “primeira opção”.
Fonte: Veja