Digimon 02 é a sequência da primeira fase de Digimon, trazendo um grupo de novos Digiescolhidos e algumas novidades nas Digievoluções.
No entanto, embora tenha sim momentos emblemáticos, a série acaba ficando aquém da original, muito disso pela pressa com que foi desenvolvida e pela a falta de planejamento. No vídeo de hoje, trazemos a história de Digimon 02 de forma resumida, com foco especificamente no arco do Imperador Digimon.
O Arco do Imperador Digimon
Digimon 02 se passa três anos depois da série original. Todos as crianças estão agora no ensino médio, exceto por Kari e T.K., que se unem a Davis, Yolei e Cody, os novos Digiescolhidos.
Essa nova equipe ganha um novo tipo de Digivice, chamado D3, que pode ser usado para abrir portais para o Digimundo a partir de qualquer computador. Os D3 são um ponto importante da trama, conectados ao principal vilão da nova fase, o Imperador Digimon – primeiro vilão humano em Digimon.
O Imperador usa um Digivice Negro para assumir o controle de Digimons selvagens e bloquear a Digievolução dos Digimons das crianças. Ele amplifica esse poder em todo o Digimundo usando Anéis Negros, que são alimentados por Torres Negras. Os novos Digiescolhidos contornam isso através de uma nova transformação, usando o poder de DigiOvos.
A capacidade de entrar e sair do Digimundo meio que elimina um pouco do grande senso de aventura, já que as crianças não precisam acampar ou procurar por comida; eles apenas vão para suas camas ao fim dos episódios. Existe menos urgência e inicialmente é bastante formulaico, com eles indo para o Digimundo, destruindo Torres Negras.
Logo somos apresentados a Ken Ichijouji, a verdadeira identidade do Imperador Digimon. No episódio 8, Davis joga uma partida de futebol com Ken, sem saber que ele é o vilão do Digimundo. Mas é claro que não demora para Ken revelar sua identidade, que é quando ele foge de casa para viver no Digimundo.
Ken é o vilão mais interessante de Digimon, e não apenas por ser o primeiro vilão humano. Seu parceiro, Wormmon, tenta agir como sua consciência, e temos a sensação de que enquanto mexe com a escuridão do Digimundo, Ken não sabe exatamente o que está fazendo. Como quando tentar fazer seu próprio Digimon, roubando dados de Devimon para isso – o primeiro vilão da série original.
Devimon traz certos traumas para o T.K., já que seu Digimon morreu para derrotá-lo – mesmo que ele volte depois. Então, ver Ken mexendo com Devimon é o ponto de virada para T.K., o que transforma a grande batalha do primeiro arco de Digimon 02 em… duas crianças se socando.
E isso só torna tudo muito melhor, afinal nenhum vilão de Digimon até então havia questionado seu próprio ponto de vista. Mas Ken é humano e capaz de mudar. O fato dele levar uma surra e quase perder seu parceiro Digimon abre seus olhos para tudo de ruim que ele fez.
Descobrimos então que a virada de Ken para as trevas começou devido ao seu luto pela morte do irmão mais velho, que morreu atropelado. Digimon sempre lidou com os problemais pessoais dos personagens, mas ter alguém se tornando um vilão e passando por um processo de redenção, leva o conceito e outro nível.
Ken é eventualmente trazido para a equipe e se torna um de seus membros, mas todo esse desenvolvimento é jogado pela janela quando descobrimos que Ken na verdade só era mal porque tinha um esporo das trevas que foi colocado dentro dele.
Os Arcos Finais
O Arco do Imperador Digimon é o mais lembrado de Digimon 02, e isso tem um motivo: ele é basicamente o único arco da série. Ou pelo menos o único que dá para dizer que é estruturado assim.
A série parecia não ter mais um rumo, e novos enredos eram introduzidos e descartados. Novos antagonistas chegavam e saíam sem desenvolvimento, e histórias terminam abruptamente com um final anti-climático.
Eventualmente descobrimos que alguém estava controlando Ken, então descobrimos que essa pessoa era controlada por outra pessoa, antes de finalmente descobrirmos que era Myotismon, um dos vilões da primeira fase, por trás de tudo o tempo inteiro. Toda a sua inclusão parece feita às pressas, porque realmente foi.
Um exemplo da falta de coesão desses episódios é que existem dois plots que foram totalmente abandonados. O primeiro foi sugerido já no episódio 13, onde Kari é levada para uma estranha dimensão alternativa entre os dois mundos, chamada de Mundo da Escuridão, e presencia um gigantesco Digimon maligno com um visual de Cthulhu.
A narração diz que descobriremos quem é, mas não, isso não acontece. Claro, hoje todo mundo sabe que era o Dagomon, mas a série não revela isso. O segundo enredo abandonado envolve Demon, que aparece por apenas alguns episódios antes do fim da série e é rapidamente derrotado, ao ser enviado para o Oceano Negro.
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Fonte: terra gameon
