As forças policiais dos Estados Unidos mataram ao menos 1.176 pessoas no ano de 2022, o ano mais mortal já registrado para violência policial desde que especialistas começaram a manter registros, de acordo com uma nova análise publicada nesta sexta-feira, 6.
Segundo o grupo monitor Mapping Police Violence, em documento enviado ao jornal britânico The Guardian, a polícia em todo o território americano matou uma média de mais de três pessoas por dia, ou cerca de 100 pessoas por mês. Além de mortes por foras policiais, o grupo também monitora pessoas agredidas, detidas e eletrocutadas com tasers.
Os dados de 2022, segundo o grupo, podem ser ainda maiores, já que muitos casos ainda estão sendo catalogados. Ainda assim, os números já resentam um aumento de 31 mortes em relação ao ano anterior, quando a polícia matou 1.145 pessoas. Um outro banco de dados, mantido pelo jornal Washington Post, também mostra 2022 como o ano mais mortal.
Embora os números tenham subido ligeiramente, as circunstâncias que precedem as mortes permanecem iguais. Em 2022, 123 assassinatos (11%) aconteceram em casos em que não havia queixa de nenhuma ofensa. Apenas 370 (31%) dos casos envolviam uma situação possivelmente mais séria, com um suposto crime violento.
“A redução de conversas em torno da violência policial não significa que o assunto está indo embora. Está claro que continua piorando, e que é profundamente sistêmico”, disse Samuel Sinyangwe, cientista político fundador do Mapping Police Violence, ao jornal britânico The Guardian.
As disparidades raciais também persistiram, à medida que 24% das pessoas mortas no ano passado eram negras, enquanto representam apenas 13% da população dos EUA. Moradores negros têm três vezes mais chance de serem mortos pela polícia do que moradores brancos, em uma desigualdade que é especialmente severa em algumas cidades, como Minneapolis, onde a polícia matou negros 28 vezes mais do que brancos.
Um casos que mais gerou atenção e protestos aconteceu justamente em Minneapolis. , um homem negro de 45 anos, morreu em 25 de maio de 2020 após ser sufocado por nove minutos por um policial branco, enquanto estava desarmado e algemado. Floyd foi preso por supostamente usar uma nota falsa em uma loja de conveniência, de acordo com a polícia. O caso escancarou o problema do racismo nos Estados Unidos e o abuso policial com pessoas negras, gerando uma onda de protestos em plena pandemia e dando força ao movimento ‘Black Lives Matter’.
Fonte: Veja