O novo ministro da Segurança Nacional da extrema direita de Israel, Itamar Ben-Gvir, visitou brevemente o complexo da mesquita Al-Aqsa em Jerusalém nesta terça-feira, 3, provocando fortes condenações de palestinos e de vários países árabes.
Segundo uma autoridade israelense, a visita durou cerca de 15 minutos e obedeceu ao arranjo do status quo da região, que permite que um não-muçulmano visite o local desde que não realize nenhum ato religioso. Ben-Gvir não se aproximou da mesquita.
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Embora a visita tenha ocorrido sem incidentes, ela pode de aumentar as tensões envolvendo o novo governo extremista com os palestinos, que já está em alta após a violência praticada pelas tropas israelenses contra os árabes na Cisjordânia ocupada ao longo de 2022.
O primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, pediu à sua população que “enfrente os ataques à mesquita de Al-Aqsa” e acusou o ministro de encenar a visita como parte de uma tentativa de transformar o santuário “em um templo judaico”.
Envolto em uma série de polêmicas por sua postura racista e anti-árabe (ele já chegou a ser condenado por discurso de ódio), Ben-Gvir defende o fim da proibição da oração judaica no local, mas tem sido mais evasivo sobre o assunto desde que se juntou ao governo de Benjamin Netanyahu.
Mesmo assim, a sua entrada na nova coalizão, considerada a mais radical da história de Israel, aprofundou a frustração dos palestinos sobre o fracasso em garantir um Estado.
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Horas antes da visita, tropas israelenses mataram a tiros um adolescente palestino em um confronto próximo a Belém, causando mais uma morte na região. Em nota, o exército de Israel disse que atirou contra manifestantes após terem sido atacados com bombas e explosivos improvisados.
Um porta-voz do Hamas, grupo islâmico que rejeita a coexistência com Israel e que controla Gaza, disse que a continuação deste tipo de comportamento por parte de Ben-Gvir irá aproximar todas as partes de um grande confronto.
A mesquita de Al-Aqsa é um dos símbolos da esperança da Palestina de garantir um Estado, uma meta que parece cada vez mais distante com a ascensão do novo governo israelense. A situação tem preocupado também autoridades do mundo inteiro. O embaixador dos Estados Unidos em Israel, Thomas Nides, disse em comunicado que ele “tem sido muito claro nas conversas com o governo israelense sobre a questão da preservação do status quo nos locais sagrados de Jerusalém”.
Egito e Emirados Árabes, um dos únicos países árabes que reconhecem Israel, também condenaram a visita. Além deles, a Arábia Saudita, com a qual Netanyahu tenta fechar um acordo de paz, também criticou a ação de Ben-Gvir.
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O complexo de Al-Aqsa é o terceiro local mais sagrado do Islã e é também o local mais sagrado do judaísmo, um vestígio de dois antigos templos da fé. Para tentar manter uma relativa paz na região, o governo de Israel fez um acordo com a Jordânia de que apenas muçulmanos poderiam rezar na região – os judeus podem circular livremente, mas praticam atos religiosos no Muro das Lamentações.
Em um movimento não reconhecido pela comunidade internacional, Israel considera toda a cidade de Jerusalém como seu território, enquanto os palestinos reivindicam a parte Oriental da cidade, onde está Al-Aqsa, como capital de um futuro Estado que irá abranger também as regiões da Cisjordânia e de Gaza.
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Fonte: Veja