O setor do leite viveu um ano de altos e baixos no Rio Grande do Sul.
O ano começou com estiagem que impactou pastagens, preços que melhoraram no meio do ano e pressão de custos que voltou a preocupar o produtor no último trimestre de 2022.
A rotina de todo produtor de leite é igual: ordenha duas vezes ao dia, pegar alimento para as vacas e fazer o trato para que elas produzam bem.
O estado é o terceiro maior produtor de leite do Brasil, com um volume de 4,27 bilhões de litros/ano ou 12% da produção nacional.
Segundo a Emater, a estiagem no começo do ano impactou com força a atividade. com pouca pastagem ou silagem, o produtor precisou investir mais na dieta e a produção chegou a cair 19% no primeiro semestre.
Já os custos dos insumos, como os fertilizantes para produzir comida para o rebanho, subiram mais de 100% entre 2021 e 2022.
Em contrapartida os preços subiram cerca de 37% entre maio e julho, com o preço médio do litro do leite no estado em R$ 3,41.
Já em agosto o conseleite projetou o preço de referência do leite pago pela indústria aos produtores, em R$ 2,81 o que representa uma redução de 14,8%.
Em setembro nova queda de 12%. Em outubro o litro sai por R$ 1,64.
“Nós tivemos uma oscilação nunca vista antes em 2022. A cada quatro meses, nós convivemos com uma nova realidade diferente. A partir de setembro, tivemos situação de produtos importados, principalmente o leite em pó e queijo alguma coisa também mas dentro da média histórica, e isso forçou uma baixa dentro do mercado brasileiro”, diz Darlan Palharini, secretário-executivo Sindilat.
A forte queda do preço do leite fragiliza o produtor e incentiva abandono da atividade.
De acordo com a emater entre 2021 e 2015, 52 dos produtores de leite migraram para outras atividades. O número caiu de 84 para 40 mil.
Entidades temem que a falta de incentivo e políticas específicas para o setor acentuam ainda mais essa crise.
Outra questão inclui ter um preço fixo de venda do leite. hoje o produtor entrega e só vai descobrir quanto vai ganhar em 30 ou 40 dias. a indústria já discute essa situação mas destaca que o Rio Grande do Sul teria que ter uma política nesse sentido.
Fonte: canalrural