A cidade de Nova York anunciou, em novembro, a contratação de um novo diretor que vai ter como a principal função ajudar a acabar com a infestação de ratos da metrópole. O funcionário, que foi popularmente nomeado de “Czar dos ratos”, vai trabalhar sob direção do prefeito Eric Adams e sua vice-prefeita para operações, Meera Joshi, e receber um salário de até US$ 170 mil (R$ 900 mil) por ano.
Na lista de funções, o novo diretor precisaria ser alguém “altamente motivado e um tanto sanguinário” e também possuir “resistência”. Além disso, o novo Czar teria que ter um histórico em planejamento urbano e “atitude de fanfarrão, um humor perspicaz e uma aura da valente”, segundo comunicado.
A alta na população de roedores na cidade – que teve um aumento de 49% em 2022 – não passou despercebida por Adams. Entretanto, os números são baseados na quantidade de reclamações, o que gera uma contagem inexata que inspetores responsáveis pela mitigação dos animais esperam refinar.
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A proporção geral de ratos para humanos é difícil de se avaliar. Segundo o livro “Ratos: Observações sobre a História e o Habitat dos Habitantes Mais Indesejados da Cidade”, um estudo de 1949 determinou que a proporção era de 36 humanos para um rato em Nova York. Na década de 1950, a estimativa aumentou, porém caiu novamente para uma população de 2 milhões de ratos.
“Não podemos ter certeza porque não podemos fazer um censo de ratos, mas todas as indicações são de que houve um aumento”, afirmou a vice-prefeita, Meera Joshi. Uma das inovações que a cidade planeja introduzir são os sensores de ratos, que podem detectar o volume de atividade dos roedores.
Em outubro, o prefeito traçou um plano de três frentes com o objetivo de criar uma “cidade habitável”. “Combater o crime, combater a desigualdade e combater os ratos”, afirmou o administrador municipal.
Segundo o jornal Gothamist, o prefeito mencionou a palavra “ratos” mais de 80 vezes durante coletivas de imprensa desde outubro. Desde sua chegada ao cargo, em janeiro, ele já assinou quatro projetos de lei com foco na praga.
Dentre as exigências das novas legislações estavam no estabelecimento de uma “zona de mitigação de ratos”, um horário específico para que o lixo fosse jogado fora – para diminuir a quantidade de roedores se alimentando do resíduos orgânicos – e a utilização de contêineres específicos para prédios com infestações recorrentes de ratazanas.
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No entanto, a vitória contra os ratos será declarada pela vice-prefeita, a quem o próximo czar dos ratos vai responder. Recentemente o governo estadual contratou a consultoria McKinsey & Co para estudar e desenhar um programa de contêineres de lixo. Segundo Joshi, grande parte do problema é que as coletas de lixo entram em conflito com os interesses dos nova-iorquinos, já que há menos vagas para estacionarem os carros.
Um outro componente para a alta de ratos é a quantidade de pessoas que moram em Nova York, uma cidade com mais 8 milhões de habitantes.
Na última década, mais de 500 mil pessoas se mudaram para o centro urbano, aumentando a quantidade de comida jogada fora em residências e restaurantes. Hoje, a cidade gera 375 toneladas a mais de lixo por dia do que há cinco anos.
“O czar dos ratos não precisa necessariamente ser um exterminador”, afirmou Joshi. “Precisa ser alguém que mostre liderança, seja altamente motivado e tenha uma mente aberta.”
Algumas pessoas expressaram preocupação com a fixação de Adams em exterminar ratos, argumentando que o principal problema são hábitos anti-higiênicos dos humanos. O prefeito já afirmou publicamente que “odeia ratos” e confirmou ter gasto quase US& 7 mil para exterminar os roedores.
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A vice-prefeita também concordou publicamente com o posicionamento de Addams. “Acho que é um ódio bem compartilhado e particular, e é uma alta prioridade não apenas porque ele está focado nisso, mas como algo que tem amplos efeitos na qualidade de vida de toda a cidade”, reiterou.
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Fonte: Veja