A capital da Ucrânia, Kiev, foi abalada na madrugada desta segunda-feira, 19, por uma nova onda mísseis da Rússia, em um raro ataque noturno à cidade.
Esta é a terceira rodada de ataques com mísseis do Kremlin em cinco dias, enquanto Moscou amplia esforços para devastar a infraestrutura ucraniana durante o inverno, com objetivo de enfraquecer sua ofensiva na guerra.
A Força Aérea Ucraniana afirmou ter derrubado 30 dos 35 drones lançados pela Rússia desde a noite de domingo 18 até esta segunda-feira, mas aqueles que se esquivaram das defesas aéreas danificaram sistemas de energia e alvos civis.
Os drones autodetonantes Shahed-136 e Shahed-131, de fabricação iraniana, foram lançados da “costa leste do Mar de Azov”, disse a Força Aérea em um comunicado no Facebook. A maioria tinha Kiev como alvo, de acordo com a administração militar da cidade, que disse que 18 dos 23 vistos no céu sobre a capital foram interceptados.
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Os ataques com drones ocorreram depois que várias cidades da Ucrânia, incluindo a capital, foram atingidas por ataques de mísseis russos na sexta-feira. O ataque causou grandes danos à infraestrutura civil do país, deixando muitas pessoas sem luz, eletricidade ou aquecimento.
Não houve mortos, mas duas pessoas ficaram feridas e casas foram danificadas. Além disso, uma instalação importante de infraestrutura foi atingida. Serhiy Popko, chefe da administração militar da cidade de Kiev, informou pelo Telegram que os serviços de emergência estão trabalhando para limitar as consequências do ataque.
Popko disse ainda que dois distritos da capital sofreram o maior dano. Uma estrada no distrito de Solomyanskyi foi danificada e fragmentos de um drone caíram em um prédio residencial no distrito de Shevchenkivskyi.
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Futuro da guerra
No fim de semana, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, alertou que a Rússia poderia estar planejando outra grande ofensiva terrestre no início do próximo ano, usando Belarus como plataforma de lançamento para o ataque. A acusação foi feita enquanto o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se prepara para visitar o país vizinho para se encontrar com o aliado Alexander Lukashenko.
No entanto, vários especialistas disseram que não viram nenhuma evidência até agora de preparativos para um novo ataque e questionam se Moscou seria capaz de fazê-lo durante o inverno.
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Embora Belarus não tenha se envolvido diretamente na guerra, Lukashenko permitiu que soldados russos usassem seu território para lançar a invasão em fevereiro. Minsk está sob crescente pressão de Moscou para intensificar seu apoio à chamada “ocupação militar especial”.
Enquanto os dois líderes se preparam para se encontrar em Minsk, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou que soldados estacionados em Belarus conduzirão exercícios militares conjuntos – o que deve aumentar ainda mais as preocupações de Kiev sobre uma nova incursão.
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Em seu discurso noturno no domingo, o presidente Zelensky disse que proteger as fronteiras da Ucrânia é uma prioridade constante e que estava preparando defesas para todos os cenários.
Fonte: Veja