Infelizmente, nem só de bons momentos vive a indústria de games e com tantos títulos sendo lançados semanalmente, é natural que muita porcaria acabe chegando às lojas. Então, até para tentar alertar os consumidores, o site Metacritic costuma reunir os piores jogos lançados no ano e chegou a hora de conhecermos os de 2022.
Para elaborar a lista, o agregador adotou algumas regras, como apontar apenas os títulos com pelo menos sete reviews. Além disso, no caso de jogos que apareceram em mais de uma plataforma, eles consideraram apenas a versão com a menor pontuação.
Mesmo não gostando de dar notas nas análises que escrevo, pois acredito que elas não expressam corretamente nossa opinião, reconheço a importância deste tipo de avaliação e do próprio Metacritic. Muitas editoras e desenvolvedoras defendem que ter uma boa média por lá pode alavancar as vendas, logo não podemos desconsiderar o contrário.
Enfim, com este breve desabafo feito, o primeiro detalhe a chamar minha atenção neste levantamento dos piores jogos de 2022 foi a presença de pelo menos três marcas bastante conhecidas: Blade Runner, Zorro e LEGO. Isso mostra que tentar aproveitar a força de uma franquia já estabelecida não é garantia de que a mídia e o público aceitarão produtos de baixa qualidade.
No caso do Blade Runner: Enhanced Edition, no lançamento do remaster já tínhamos uma ideia que o cenário não seria bom para o trabalho feito pelo pessoal da Nightdive Studios, o que no caso do Nintendo Switch lhe rendeu uma média de apenas 52 quando se trata da crítica especializada e 48 nas notas dadas pelo público.
Outra remasterização que teve um péssimo desempenho foi a do Kamiwaza: Way of the Thief. Lançado originalmente para o PlayStation 2, o jogo reapareceu recentemente no PC e no Nintendo Switch, com as maiores críticas falando sobre como a criação da Acquire Corp. não envelhecer bem. Talvez tivesse sido melhor mantê-lo esquecido no passado.
Depois tivemos o The Waylanders, um RPG espanhol inspirado em clássicos como Dragon Age: Origins e Baldur’s Gate, mas cuja qualidade ficou muito distante daqueles em que mirou. Financiado coletivamente, o jogo foi massacrado pelo público, carregando consigo uma média de 1.6 (51 pela imprensa).
Já na sétima posição foi a vez do The Last Oricru, jogo que chegamos a avaliar por aqui. Bebendo fortemente da “fonte Dark Souls“, ele não conseguiu passar de uma experiência mediana, mas o curioso é que o público parece não o ter achado tão ruim, já que com ele a média foi de 7.6.
Baseado numa série animada voltada para o público infantil, Zorro: The Chronicles sofreu com um lançamento problemático e nem uma atualização foi suficiente para acabar com o baixíssimo nível de dificuldade e a falta de variedade na jogabilidade.
Ainda pior foi o LEGO Brawls, jogo que tentou explorar o sucesso do Super Smash Bros., mas que ao contrário do Multiversus, falhou miseravelmente. Não passando de uma adaptação de algo que havia sido lançado para smartphones em 2019, a editora ainda teve a ousadia de cobrar US$ 40 por ele nos consoles, o que faz com que sua aparição entre os piores jogos de 2022 fosse plenamente justificável.
O que dizer então do Xel, título lançado para o Switch e PC que, apesar dos belos gráficos e bom enredo, foi muito mal-acabado pelo pessoal da Tiny Roar. Segundo relatos, a quantidade de problemas nele é tão grande que o torna praticamente injogável.
Com a medalha de bronze temos outro jogo cujo fracasso era previsível, estou falando do Babylon’s Fall. Após ser atacado por todos os lados, o GaaS da PlatinumGames teve decretado seu fim para menos de um após o lançamento, o que serviu para enfurecer ainda mais aqueles que investiram na sua compra. Sem dúvida um dos maiores fiasco não apenas de 2022, mas dos últimos anos.
Já a segunda colocação ficou com o CrossfireX, jogo de tiro em primeira pessoa que nos coloca no meio de um conflito global. Nem mesmo a contribuição da Remedy Entertainment (Alan Wake, Control) na criação da campanha principal foi suficiente para salvá-lo. As reclamações recaem principalmente na falta de originalidade do jogo, com tudo parecendo ter sido feito de forma um tanto preguiçosa. Pelo menos ele é distribuído gratuitamente, mas como tempo é dinheiro…
E por fim temos o Postal 4: No Regerts, mais recente tentativa de salvar uma franquia que nunca vi graça e que segue teimando em continuar existindo. Descrito pelos criadores como “um jogo de tiro em primeira pessoa cômico, satírico e ultrajante”, eu jamais daria meu dinheiro para algo assim e não me espanta ele ter ficado no topo da lista dos piores jogos de 2022.
Curiosamente, no Steam 76% das análises foram positivas, o que para mim é mais uma demonstração de que muitas vezes a opinião do público não deve ser lavada a sério.
Abaixo você confere a lista com os piores jogos de 2022, segundo as notas reunidas pelo Metacritic:
- Postal 4: No Regerts (PC) – Média 30
- CrossfireX (Xbox Series S|X) – Média 38
- Babylon’s Fall (PS5) – Média 41
- Xel (Switch) – Média 43
- LEGO Brawls (PS5) – Média 46
- Zorro: The Chronicles (PS4) – Média 49
- The Last Oricru (Xbox Series S|X) – Média 50
- The Waylanders (PC) – Média 51
- Kamiwaza: Way of the Thief (PS4) – Média 52
- Blade Runner: Enhanced Edition (Switch) – Média 52
Fonte: terra gameon