O presidente russo, Vladimir Putin, não irá realizar a tradicional entrevista coletiva de fim de ano em 2022, informou o Kremlin nesta segunda-feira, 12, suspendendo uma tradição que se iniciou em seus primeiros anos de mandato. É a primeira vez desde 2012 que a coletiva não irá acontecer.
“Não haverá uma coletiva de imprensa antes do Ano Novo”, disse o porta-voz do governo, Dmitry Peskov, destacando, por outro lado, que Putin “fala regularmente com a imprensa, inclusive em visitas estrangeiras”.
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O funcionário russo não deu motivos para a não realização da conferência, que costuma durar várias horas, mas especula-se que a quebra de protocolo seja por causa do momento atual da guerra da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro.
O Exército russo segue sofrendo derrotas humilhantes para a contraofensiva ucraniana e não tem conseguido manter territórios conquistados no início do confronto.
No poder desde 2000, Putin tem dado longas entrevistas coletivas ao longo de quase todos os anos que esteve à frente do governo, um evento que serve para reforçar a sua imagem na TV estatal. A última edição, no final do ano passado, teve duração de quatro horas.
Durante o grandioso encontro da mídia, o presidente dedica grande parte do espetáculo para responder a uma série de perguntas feitas por jornalistas e pelo público em geral, permitindo que seu governo se gabe por priorizar a liberdade de expressão e de imprensa, além da transparência na governança.
Especialistas especulam que o cancelamento deste ano é para que Putin possa se esquivar de jornalistas estrangeiros, que teriam a oportunidade de abordar temas espinhosos sobre a guerra, como a perda de territórios, a mobilização parcial que ocasionou a fuga de milhares de russos, e o recrutamento desproporcional de minorias étnicas espalhadas pelo país.
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Dentro da própria Rússia também há grande discordância, principalmente entre blogueiros e jornalistas linha-dura, que costumavam apoiar o presidente. O descontentamento se dá justamente pela série de derrotas humilhantes que, segundo eles, poderiam ser evitadas caso Putin agisse de maneira mais efusiva.
Além disso, milhares de russos foram mortos desde o início da guerra e a economia, apesar de ainda se manter ativa, vem sofrendo com a série de sanções impostas pelos países ocidentais, ambas questões ignoradas pela mídia estatal.
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Fonte: Veja