Tablets, celulares, TVs: os pixels disputam atenção em todos os cômodos da casa.
Limitar o tempo de tela das crianças parece, à primeira vista, uma missão impossível — e causa tensão sempre que o aparelho precisa ser desligado.
A verdade é que a exposição prolongada não afeta só o sono: ela pode reduzir a concentração, frear a criatividade e até esfriar a relação entre pais e filhos.
Por isso, a educadora francesa Sylvie Jenaly — a Super Nanny famosa na TV — propõe uma solução simples: em vez de banir, organizar.
Com um truque que mescla regras claras, alternativas empolgantes e presença ativa dos adultos, a rotina volta a girar em torno da vida real.

Excesso de estímulo visual pode:
Equilíbrio é a palavra-chave: telas não são vilãs desde que usadas com propósito, duração adequada e supervisão.
Super Nanny defende que proibir 100 % raramente funciona; o segredo está em encantar a criança com propostas offline antes que ela peça a tela. Ideias campeãs:
Pintura, massinha caseira ou colagem estimulam coordenação e criatividade.
Pega-pega no quintal, amarelinha na calçada ou um circuito de obstáculos improvisado queimam calorias e risadas.
Ler um livro ou inventar enredos coletivos treina vocabulário e imaginação.
Quando o programa alternativo é envolvente, a disputa entre real e digital perde força — e desligar o tablet deixa de parecer punição.
Criado pelo psiquiatra Serge Tisseron, o método estabelece marcos simples:
Faixa etária | Recomendações-chave |
---|---|
0-3 anos | Zero telas; priorize experiências táteis e interação face a face. |
3-6 anos | Telas apenas acompanhadas; escolha conteúdos curtos e educativos. |
6-9 anos | Primeiros jogos eletrônicos pedagógicos, sempre com limites de horário. |
9-12 anos | Uso mais livre, mas sob supervisão ativa e horários combinados. |
Seguir essas etapas evita abusos e reduz discussões exaustivas sobre “só mais um episódio”.
Esses ritos diários mostram à criança que a melhor “tela” é o rosto de quem ela ama.

Quanto tempo de tela é aceitável para crianças pequenas?
A Academia Americana de Pediatria recomenda no máximo 1 h/dia de conteúdo de qualidade para 2-5 anos, sempre com um adulto presente.
Desligar a TV na hora gera crise. O que fazer?
Avise com antecedência (“faltam 10 minutos”), proponha a próxima atividade e mantenha o combinado. Consistência diminui a resistência.
Jogos educativos contam como tempo de tela?
Sim. Mesmo conteúdos pedagógicos devem respeitar limites de duração e intervalos para descanso visual.
Vale usar aplicativos que medem e bloqueiam o uso?
Podem ajudar, mas não substituem diálogo e presença dos pais na mediação de conteúdos.
Limitar o tempo de tela não é perseguir perfeição digital zero, e sim garantir que a infância aconteça longe dos pixels quando necessário.
Ao oferecer alternativas atraentes e estabelecer regras claras — como sugere a Super Nanny — você transforma potenciais conflitos em oportunidades de conexão verdadeira.
Fonte: curapelanatureza