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Turismo

Guia prático de viagem de trem pela Europa: tudo que você precisa saber

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Trem
(Josh Nezon/Unsplash)

As antigas locomotivas, o apito na estação, o sacolejar dos vagões. Viajar de trem carrega uma nostalgia que o tempo, ainda bem, modernizou. Na Europa, composições a mais de 200, 300 quilômetros por hora percorrem uma rede ferroviária tão extensa quanto integrada – e que em nada lembra os tais antigos e resfolegantes comboios. 

Da Côte d’Azur aos Alpes Suíços, da Península Ibérica à Polônia, vilas encarapitadas, picos nevados e baías charmosas se desenham na janela, transformando a própria viagem em um grande programa. O trem é pontual e você costuma sair e chegar no centro da cidade. A seguir, tire suas dúvidas sobre viagens em trens europeus:

Viajar de trem ou de avião?

O trem é um meio seguro, confortável, econômico e eficiente, mais ainda na Europa, com sua extensa rede ferroviária. Viajar sobre os trilhos é também uma forma mais ecológica de se deslocar, já que a pegada de carbono é menor que a dos voos. De qualquer forma, é preciso considerar algumas variáveis para decidir entre ele e o avião.

Se o destino estiver a uma curta distância, digamos até 4 ou 5 horas, o trem será sempre o mais indicado. Você sairá do centro de uma cidade e chegará ao centro de outra. O deslocamento entre Barcelona e Madri, por exemplo, leva 2h30 de trem.

Nessa caso, quando você coloca na balança o deslocamento até o aeroporto e os procedimentos de embarque no avião, percebe que chega mais rápido se for de trem. A mesma lógica vale para viagens pinga-pinga, quando o tempo que você passa em cada cidade é curto. Um bom exemplo é o trajeto Madri-Valência-Barcelona: você pode perfeitamente cobrir o mesmo trecho de avião, mas se o tempo em cada cidade for curto, mais vale ir de trem e economizar no deslocamento para o aeroporto.

Já para viagens de longa distância, ou seja, acima de cinco horas de trem, prefira os aviões. É menos cansativo, quase sempre sai mais em conta – confira as companhias low cost europeias, como a irlandesa Ryanair e a britânica easyJet – e você poupa tempo, porque voos dentro da Europa costumam demorar no máximo três horas. De Amsterdã até Berlim, a viagem de trem leva 6h30, já de avião, 1h20. No site FlightConnections você consegue saber quais voos partem de um determinado destino e eventuais conexões.

Os trens noturnos (ou sleeper trains) voltaram com força na Europa nos últimos tempos. A modalidade de transporte que estava quase extinta no continente está com cada vez mais rotas entre diferentes países. A demanda por viagens e deslocamentos mais sustentáveis é uma das principais razões. Pondere se você consegue dormir em movimento – o trem faz paradas nas estações e você pode acordar com os anúncios da tripulação ou o entra e sai de passageiros. Considere também que em um mundo onde cada vez mais o check-in em hotéis em Airbnbs começa depois das 15h, e você terá pisado no seu destino cedo pela manhã, poderá ser uma espera longa. Outra questão a se ponderar é o custo, sempre mais barato a ponto de justificar uma economia real. Saiba mais sobre os trens noturnos aqui.

Para facilitar os cálculos na hora de decidir o que vale mais a pena, você pode acessar o site da Omio, que compara tempo de viagem e preços de trem, ônibus e avião.

Viajar de carro?

O trem é quase imbatível em todos os cenários contra o carro. Alugar um automóvel, gastar com combustível e pedágios e se preocupar com estacionamento vale a pena quando a estrada tem muitas oportunidades de parada e explorar o destino sobre quatro rodas se torna um programa por si só, como no interior da Toscana.

 

Onde comprar a passagem?

O Trainline concentra grande parte das rotas entre os países europeus. No site, é possível comparar os preços das companhias ferroviárias para uma mesma viagem – as tarifas para viagem de ônibus também estão disponíveis – e marcar assento. A plataforma cobra ágio de cerca de 5% em cada compra – a opção é comprar diretamente no site das companhias ferroviárias que operam a rota. As principais são:

Comboios Portugal, em Portugal

MAV e RegioJet, na Hungria

Renfe e Ouigo, na Espanha

SNCF e Thalys, na França

Trenitalia e Italo, na Itália

Deutsche Bahn e Flixtrain, na Alemanha

SNCB e Eurostar, na Bélgica

ÖBB e RegioJet, na Áustria

NS (doméstica e internacional) e Thalys, na Holanda

National Rail e Lumo, no Reino Unido

SBB, na Suíça

Comprar com até 120 dias de antecedência costuma garantir promoções nos trens de alta velocidade, mas não tem para onde fugir no caso de trens regionais, que costumam vender passagens a preço fixo. Os trens noturnos têm um mapa com todos os percursos e como eles funcionam no site da Back on Track. As principais companhias são Nightjet, European Sleeper, Caledonian Sleeper e a low cost Intercités.

Algum cuidado no embarque?

Não é preciso fazer check-in, mas seja pontual: trens não costumam atrasar e param por pouco tempo na estação. Com exceção de viagens com a Eurostar, que exige 90 minutos de antecedência, deve-se chegar pelo menos 30 minutos antes para localizar a plataforma, o que pode ser difícil em um grande terminal. A dinâmica para encontrar o local de embarque é a mesma de aeroportos: localize o número do trem nos painéis eletrônicos com horários e depois siga as placas.

Um funcionário deve conferir sua passagem durante a viagem, então deixe-a em um lugar de fácil acesso, seja impressa ou e-ticket.

Como proceder com a bagagem?

Geralmente não há limites restritivos e você leva a quantidade de malas que desejar, mas é importante conferir as regras de cada companhia.

Nos trens, não existe despacho de bagagem: você tem de carregar as menores o tempo todo e encaixá-las no compartimento sobre os bancos, como no avião, enquanto as maiores ficam na entrada dos vagões. O ideal é se contentar com uma mala média e uma boa mochila.

Quais são as facilidades a bordo e nas estações?

Nos trens de alta velocidade, há carros-bar e restaurante, e alguns poucos têm carrinhos de bebidas e lanches que circulam pelos corredores. Esses serviços não costumam ser oferecidos nos trens regionais, mas em todas as viagens é permitido levar alimentos e bebidas.

É liberado o uso de celular e alguns trens têm rede wi-fi, apesar do sinal instável, tomadas e entradas USB. As estações podem ter tantas comodidades quanto os aeroportos.

Como desembarcar?

Nem sempre os trens tem painéis que anunciam as estações, então familiarize-se o itinerário. Como os comboios são pontuais, é possível se preparar para descer de acordo com o horário previsto de chegada que está no cartão de embarque.

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Fonte: viagemeturismo

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