Embora os veículos que andam nas ruas usem pneus pneumáticos, preenchidos com ar, existem sim pneus maciços, voltados a outras aplicações. Cada um tem usos, vantagens e desvantagens específicas.
Em geral, usamos os pneus com câmaras de ar em veículos do cotidiano porque eles funcionam como uma mola e dão uma ajudinha para suspensão. Sem esses travesseiros infláveis nas rodas, os carros, ônibus e afins sofreriam uma trepidação desconfortável, capaz até de danificar componentes mais frágeis.
Na prática, o ar no pneu é como o ar em um pacote de salgadinho: pode até parecer inútil, mas é o que absorve o impacto para proteger o conteúdo (você em um carro, ou as batatinhas no pacote). Pneus maleáveis se retorcem para aguentar curvas fechadas, velocidades altas, porta-malas lotados e estradas esburacadas.
Aliás, foi exatamente por isso que o pneu pneumático foi inventado. Em 1887, o veterinário escocês John Boyd Dunlop, observando seu filho brincar em um triciclo, percebeu que as rodas duras causavam muito desconforto à criança.
Dunlop resolveu o problema com uma gambiarra: pôs um tubo inflado com ar em torno das rodas. Mais tarde, com o sucesso de seus pneus em bicicletas, patenteou a criação e mudou a história dos transportes.
Os pneus preenchidos com ar exigem menos matéria-prima, e por isso são mais baratos. Também são mais leves, o que contribui para o controle do consumo de combustíveis e a emissão de poluentes.
Os pneus maciços são utilizados principalmente em contextos industriais, como em empilhadeiras, que circulam a baixas velocidades e em solos lisos. Como não há tanta variação nas condições de uso, a vantagem do pneu maciço nesses casos é aguentar mais peso e exigir menos manutenção – já que ele não fura e não precisa ser calibrado.
Algumas cadeiras de rodas utilizam pneus maciços também, justamente porque eles não furam. Além de serem menos confortáveis e aderirem menos ao solo, existe ainda mais uma desvantagem: quando estragam, os pneus maciços precisam ser trocados com a roda e tudo.
“Você não troca só o pneu, porque ele é construído sobre a roda. Não é uma peça separada que você monta na roda, como o pneumático”, explica alex campos de Melo Rodrigues, gerente de processos da Dunlop Pneus.
Fonte: Alex Campos de Melo Rodrigues, gerente de processos da Dunlop Pneus.
Fonte: abril