Locais inclusivos, eficientes e sustentáveis para oferecer mais qualidade de vida às pessoas no âmbito social, ambiental e financeiro. Esta é a definição de cidades inteligentes para Roberto Marcelino, diretor de relações governamentais do iCities, plataforma de soluções e projetos que faz a ponte entre a gestão pública e empresas no fomento a este tema. “Uma pessoa que é privilegiada, em geral, não usa tanto os serviços públicos, que são a base para a grande massa da sociedade que precisa ser atendida”, diz ele ao enfatizar que cidades inteligentes não podem ser bolhas.
O executivo analisa que os municípios brasileiros estão avançando nesta frente. “Conversamos com muitos prefeitos que têm a vontade de descobrir como são feitos os projetos que buscam eficiência para as cidades”, conta.
Para tirar as ideias do papel, ele explica que a conscientização se dá por meio da participação em eventos, rodadas de negócios e visitas a feiras internacionais, como a Fira, em Barcelona (Espanha), referência mundial no assunto. “A gente consegue induzir positivamente os gestores a estarem próximos desta realidade e se orientarem para saber que é possível fazer no município, independente do tamanho”, diz.
Marcelino cita como exemplos os prefeitos de Foz de Iguaçu, Chico Brasileiro, que foi a uma dessas feiras internacionais e se inspirou em cases para promover uma transformação digital na cidade, e o de Curitiba, Rafael Greca, também interessado em cases globais. A capital paranaense é tida como um modelo de sucesso no tema em várias frentes, da sustentabilidade ao ecossistema de inovação.
A discussão sobre cidades inteligentes passa também pela necessidade de visão de longo prazo na gestão pública, historicamente uma deficiência brasileira. “É uma oportunidade para os gestores não pensarem só nos quatro ou oito anos de gestão e, assim, termos políticas públicas para a implementação de projetos bons que não sejam sucumbidos apenas pela questão partidária”, pontua o executivo. Quando isso acontece, os municípios passam a ter mais competitividade. Na Serra Gaúcha, exemplifica, há mais de 30 cidades que competem por serviços turísticos como restaurantes, hotéis e visitas a vinícolas, e “todo mundo ganha”.
Outra barreira a ser vencida é a da capacitação. Marcelino explica que o iCities, em parceria com o Sebrae nacional, orienta prefeitos a identificar fontes de recursos adequadas e a implementar projetos com o objetivo de entregar cidades mais ricas e com melhor qualidade nos serviços. Segundo ele, gestores de mais 180 cidades já foram capacitados por este programa, com impacto na vida de 22 milhões de pessoas.
Do passado ao futuro
As diretrizes sobre o tema no Brasil constam da “Carta Brasileira para Cidades Inteligentes”, divulgada em 2020, que contou com a participação de diferentes setores da sociedade. “Esta foi a grande virada. Ali, conseguimos evidenciar a necessidade do Brasil ter políticas públicas adequadas para a formação de um bom município”, recorda Marcelino. Entre as premissas deste documento, estão a formação de locais mais diversos, justos e acolhedores, que sejam economicamente férteis e capazes de conectar as pessoas, em vez de distanciá-las, como acontece na maioria dos grandes centros.
No rol de tendências para o futuro, o diretor do iCities prevê o cidadão como sensor das cidades, um cenário em que, com o uso da tecnologia, será possível alertar autoridades sobre ocorrências do dia a dia que afetam a qualidade de vida das pessoas.
Os semáforos inteligentes, por exemplo, são uma das principais apostas dele para uma cidade melhor e mais eficiente. Com o uso da inteligência artificial, algoritmos podem interpretar imagens de câmeras instaladas nas ruas e adaptar a sequência das luzes para evitar congestionamentos. “Se a gente não melhorar o trânsito, pouca coisa pode ser feita para deixar as pessoas satisfeitas no fim do dia”, completa Marcelino.
Smart City Expo Curitiba 2024
O tema de cidades inteligentes estará em debate no evento Smart City Expo Curitiba 2024, que prevê reunir 16 mil pessoas, 70 expositores e 180 palestrantes entre os dias 20 e 22 de março, na capital paranaense. A previsão do iCities, responsável pela organização, é alcançar a marca de R$ 300 milhões em potencial de negócios gerados.
E vem aí o GazzSummit
O GazzSummit Agro & Foodtechs é uma iniciativa pioneira do GazzConecta para debater o cenário de inovação em dois setores de grande relevância para o país. O evento será realizado nos dias 8 e 9 de maio de 2024 com o propósito de conectar e promover conhecimento para geração de novos negócios, discussão de problemas e desafios, além de propor soluções para o setor.
O GazzSummit promove a disseminação de tecnologias e práticas de inovação que possam levar a cadeira produtiva ainda mais longe. Uma super estrutura espera os participantes, que poderão conferir mais de 30 palestrantes e mais de 300 empresas. O evento vai reunir players importantes do ecossistema como grandes empresas, cooperativas, produtores, entidades públicas, startups e inovadores. Garanta já a sua inscrição no site.
Fonte: gazzconecta