O ex-presidente Michel Temer respondeu aos boatos sobre uma possível candidatura à vice-presidência na chapa com Jair Bolsonaro, nas eleições gerais de 2026. O jurista conversou com a colunista Monica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, na manhã desta quinta-feira, 7.
Os rumores de que ele poderia integrar uma chapa com Jair Bolsonaro, que concorreria à Presidência daqui a dois anos, surgiram nesta semana. A especulação ganhou força depois de Bolsonaro mencionar a possibilidade durante uma entrevista, onde afirmou que acreditava que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, gostaria de ver sua inelegibilidade revertida.
“Tenho certeza de que ele [Trump] gostaria que eu viesse [a ser] candidato”, afirmou Bolsonaro. “Está na mídia, não sei se é verdade ou não, eu não falo sobre esse assunto, é o Temer de vice”.
Temer, por sua vez, afirma que não tem intenção de disputar o cargo de vice, nem qualquer outro. “Eu saí da vida pública”, disse, segundo o site da CNN Brasil.
Temer afirma que nunca discutiu essa possibilidade com e, mesmo que o fizesse, não aceitaria. “Já fiz o que tinha que fazer ao longo de 32 anos”, comentou, ao se referir à sua trajetória política como secretário de Segurança Pública de São Paulo, deputado federal, presidente da Câmara dos Deputados, vice-presidente e presidente da República.
Temer acrescentou que, embora mantenha contato ocasional com Bolsonaro, esses diálogos são limitados. “Desde aquele episódio com o Alexandre [de Moraes, em que o ex-presidente mediou uma reconciliação entre o ministro do STF e Bolsonaro depois das manifestações de 7 de setembro de 2021], Bolsonaro me pede palpites de vez em quando. Mas nada mais do que isso.”
Em entrevista exclusiva a , Michel Temer comentou casos recentes da política brasileira ao repórter especial Cristyan Costa. Ao falar sobre sua indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e as sentenças controversas do ministro, Temer elogiou o juiz do STF, mas fez uma ressalva importante: o caso Filipe Martins.
O ex-assessor para assuntos internacionais de Jair Bolsonaro foi preso sob a alegação de ter viajado para os Estados Unidos em dezembro de 2022, mesmo com essa tese já desmentida. “Se o ex-assessor da Presidência demonstrou cabalmente que não viajou para os EUA na data alegada no processo, e caso o único motivo da prisão tenha sido esse, a decisão está errada”, constatou Temer.
O ex-presidente comentou ainda o , que já dura seis anos. “Quanto antes acabar, melhor”, disse. “A Corte tem liberado muita gente, já. Ou seja, pouco a pouco, o STF, que impôs penalidades a algumas pessoas, está, agora, libertando-as.”
A anistia aos presos do 8 de janeiro também foi pauta da entrevista. O ex-presidente confessa não saber se o mais adequado seria uma anistia geral ou uma alternativa de redução das penas dos condenados. “Resolver essa questão ajuda a pacificar o país, que não pode continuar vivendo na radicalização.”
Fonte: revistaoeste