O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está no Carnaval 2023. O grupo, que se notabilizou por invadir fazendas, chácaras e granjas em cidades do interior brasileiro, decidiu ocupar as metrópoles para celebrar a “resistência” de seus militantes.
Neste ano, o MST participa do desfile da Escola de Samba Camisa Verde e Branco, que está no Grupo de Acesso (equivalente à segunda divisão do Carnaval de São Paulo). Com o enredo “Os Invisíveis”, que destaca a luta pelos direitos sociais, a Verde e Branco tentar voltar ao grupo de elite.
De acordo com o movimento, o Sambódromo do Anhembi será palco de palavras de ordem, como “reforma agrária”, “comida na mesa do brasileiro” e “direitos sociais”, por exemplo.
Não é a primeira vez que o MST participa do Carnaval. O grupo também esteve nos desfiles da Escola de Samba Império Serrano, do Rio de Janeiro (2002); da Nenê da Vila Matilde, de São Paulo (2007); e da Gaviões da Fiel, também de São Paulo (2020). Nesta última, o professor Paulo Freire, um dos ícones da esquerda brasileira, recebeu homenagens.
Invasões em queda
Conforme o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), 11 invasões de fazendas foram registradas no país em 2021. No ano anterior, foram apenas seis. Em 2019, sete. .
Nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), os sem-terra invadiram quase 2,5 mil fazendas. Os primeiros governos de Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2010, registraram cerca de 2 mil invasões. Na era Dilma Rousseff (PT), em contrapartida, houve menos de mil crimes dessa natureza. Os números mostram que o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresenta um desempenho melhor até mesmo que o verificado na gestão de Michel Temer (MDB), que durou de agosto de 2016 a dezembro de 2018. Foram 54 invasões durante o tempo em que o emedebista esteve à frente do Planalto, enquanto nos últimos quase quatro anos não passaram de 15.
Fonte: revistaoeste