O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu a possibilidade de indicar o advogado Cristiano Zanin Martins, que cuidou de seus processos criminais, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta quinta-feira, 2, em entrevista à BandNews, o petista disse que Zanin cresceu de forma “extraordinária”.
“Hoje, se eu indicasse o Zanin, todo mundo compreenderia que ele merecia ser indicado”, disse Lula. “Tecnicamente, ele cresceu de forma extraordinária. É meu amigo, meu companheiro, como outros são meus companheiros.”
O presidente também revelou que poderá escolher um terceiro ministro, caso algum integrante da Corte antecipe a aposentadoria. “Posso escolher três, possivelmente dois”, disse. “Sempre pode acontecer. Mas o critério será o mesmo. Primeiro: notório saber jurídico, porque a escolha não é para mim. É para a nação. O cara tem de ser cumpridor da Constituição.”
Lula disse ainda que, mesmo se indicar três ministros, não terá influência sobre as decisões da Corte. “Nunca pedi nenhum favor a nenhum ministro”, afirmou. “Não foram indicados para me fazer favor ou me proteger.”
Sem lista tríplice
De acordo com o presidente, a escolha do novo procurador-geral da República não seguirá a lista tríplice (elaborada pela associação de procuradores). “O critério será pessoal, de muita meditação”, afirmou. “Vou conversar com muita gente.” Ele disse também que mudou sua visão sobre a lista tríplice. “Esse não é mais o critério”, considerou. “Quando vim para a Presidência, pensava no sindicato. Então, tudo para mim era lista tríplice. Está provado que nem tudo, com lista tríplice, resolve o problema. Então, vou ser mais criterioso para escolher o procurador-geral da República.”
A primeira indicação de Lula ao Supremo neste mandato ocorrerá em razão da aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski, no fim de abril. O magistrado vai completar 75 anos, idade máxima para a permanência na Corte. Posteriormente, em outubro, uma nova vaga será aberta no STF — desta vez, com a aposentadoria da ministra Rosa Weber.
Fonte: revistaoeste