Preso em 17 agosto, por causa do 8 de janeiro, o despachante Juliano Martins passou quase quatro meses detido em Joinville (SC). Atualmente, o homem cumpre medidas cautelares em Francisco do Sul, a cerca de 200 quilômetros da capital Florianópolis.
De acordo com o homem, porém, sua prisão foi injusta, porque não esteve em Brasília, durante os protestos, mas, sim, em São Paulo, onde usou um cartão de crédito.
“Anexei meus extratos bancários e conversas de WhatsApp no processo”, disse, em entrevista ao site Metrópoles, publicada nesta quarta-feira, 13. Oeste confirmou as informações.
PGR não denunciou homem preso pelo 8 de janeiro em Brasília
O caso do homem não tem denúncia do . Mesmo assim, a Polícia Federal (PF) pediu a prisão de Martins, com base em uma foto do ato publicada pelo despachante nas redes sociais. Martins alegou ter recebido a foto de um terceiro. “Como a PF me acusa de estar em Brasília?”, interpelou. “Falo sem medo porque posso provar tudo.”
“Postagens atribuídas a Juliano indicam a participação física nos fatídicos atos”, afirmou a PF, em um relatório, que serviu de base para o pedido de prisão ao Supremo Tribunal Federal (STF), enviado ao STF em junho, além de quebra de sigilos e bloqueio de bens. O ministro Alexandre de Moraes acatou a solicitação da PF.
A Procuradoria-Geral da República (PGR), contudo, se manifestou contra a prisão do homem que estaria em Brasília no 8 de janeiro. A PGR já denunciou mais de mil pessoas, por causa do 8 de janeiro. Conforme a PGR, “não há indícios” que provem a participação de Martins na invasão, “com violência e grave ameaça, a sede dos Três Poderes”.
Apesar dos pareceres da PGR, Moraes entendeu que o homem praticou crimes, inclusive preparatórios, dano, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de direito e golpe de Estado.
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Fonte: revistaoeste